Dólar alto pode causar perda de R$1,8 bilhão nas vendas natalinas

De acordo com uma sondagem do mês de agosto da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), que reúne vários fabricantes de equipamentos e componentes elétricos para diferentes setores industriais, cerca de 75% das empresas apontam que a desvalorização cambial é o principal fator que gera aumento de custos de componentes e matérias-primas. Tal movimento pode atrapalhar as vendas natalinas.

Dólar alto pode causar perda de R$1,8 bilhão nas vendas natalinas
Dólar alto pode causar perda de R$1,8 bilhão nas vendas natalinas (Foto: Google)

Caso a estimativa de retração, de 3% a 5% do volume de vendas, se concretizar, se tornará a primeira queda em quatro anos na data mais importante do varejo, diz a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

A desvalorização do Real

Fabio Bentes, que é o atual economista-chefe da CNC, acompanha o desempenho do câmbio e das vendas de Natal desde o ano de 2009. Ele ressalta que, em anos de forte desvalorização do real, o comércio sente o baque. “O câmbio por si só não explica como vai ser Natal, mas que ele atrapalha quando há uma desvalorização forte do real, como a que temos hoje, não há dúvida.”

Conforme o presidente da Abinee, Humberto Barbato, “Ninguém esperava a volta tão rápida da atividade, e os fornecedores estrangeiros aumentaram os preços”. Ele afirma que os aumentos para os materiais resina plástica e cobre variam entre 30% e 40%.

Impactos da pandemia do Covid-19 na indústria química 

Em relação a indústria química, ocorre a mesma história. Fátima Giovanna Coviello Ferreira, diretora de Economia da Abiquim, também se surpreendeu com a rápida recuperação rápida do setor. A indústria química é base de várias cadeias de produção. “Não é só recomposição de estoques, tem aumento real da demanda, mas não sabemos se é sustentável.”

A escassez de insumos durante a pandemia do coronavírus 

A falta de insumos, como por exemplo aço, cobre e embalagens, incluindo papelão, desperta um alerta nos fabricantes de eletrodomésticos, eletrônicos de consumo e químicos. Indústrias de porte médio, que possuem um menor poder de negociação, são as que mais sentem a falta de insumos. “Há fabricantes de linha branca e portáteis que podem parar até o fim do mês por falta de insumos”, diz o presidente da Eletros, José Jorge do Nascimento.

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