O boicote à Rússia tem se expandido cada vez mais com a adesão de novos países, instituições e empresas às sanções. Agora foi a vez da rede Globo, que optou por não exportar as novelas para o país que tem promovido ataques intensivos contra a Ucrânia em busca de poder.
Esta não é apenas algumas das várias sanções aplicadas à Rússia. Até o momento, empresas como a Apple, Mastercard, Visa, Volvo, e várias outras já interromperam as atividades, sejam elas comerciais ou industriais, na Rússia nos últimos dias.
Se tratando particularmente da decisão tomada pela Globo, a emissora está ciente de que a Rússia não é um país com produção relevante para ser incluída nos catálogos dos canais da rede Globo, independentemente de ser TV aberta ou fechada.
Logo, conteúdos diversos como filmes, séries, animações e qualquer outra animação russa não farão mais parte das negociações da empresa de emissão televisiva brasileira.
A mesma premissa segue em uma linha contrária, que é notoriamente tem mais relevância e um fluxo maior. Trata-se da transmissão de novelas e séries produzidas pela Globo, que a partir de agora não poderão ser exibidas na Rússia.
Assim como outras empresas que aderiram às sanções, a Globo também não estabeleceu uma previsão para retomar qualquer tipo de operação comercial com a Rússia.
Hoje, a TV russa exibe as seguintes novelas brasileiras produzidas pela Globo:
- Por amor – 1997, de Manoel Carlos;
- O Clone – 2001, de Glória Perez.
Mas não para por aí, pois as plataformas de streaming da Rússia também exibem algumas outras produções também da Globo, como:
- O Clone – 2001, de Glória Perez;
- Avenida Brasil – 2012, de João Emanuel Carneiro;
- Justiça – 2016, de Manuela Dias;
- Ilha de Ferro – 2018, de Max Mallmann e Adriana Lunardi;
- Verdades Secretas – Walcyr Carrasco.
Embora a atitude tomada pela TV Globo possa parecer irrelevante para muitas pessoas, é importante explicar que há anos a Rússia consolidou um forte mercado cultural, especificamente de novelas da Globo.
A parceria comercial teve início com a novela A Escrava Isaura, de 1976, produzida por Gilberto Braga e baseada no romance de Bernardo Guimarães. A partir daí, a emissora teve as portas abertas para todo o mundo.
Lembrando que esta parceria entre a Globo e a Rússia começou ainda na época da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, cuja dissolução ocorreu em novembro de 1991. Mesmo após este rompimento, o hábito de assistir novelas brasileiras por ex-repúblicas soviéticas foi mantido.
Anos mais tarde, em 1994, o sucesso da vez por toda a Rússia foi a novela Tropicaliente, produzida em 1990 por Walther Negrão, ganhou espaço nas telas de inúmeras famílias russas, onde foi carinhosamente batizada de “Tropikanka”. O resultado foi o intenso fluxo de turismo de russos na costa cearense, palco das produções da novela.