Em plena crise econômica, Bolsonaro avalia aumentar salário dos policiais. Na última semana, em evento realizado em Dubai, o presidente da república informou que está estudando a possibilidade de reajustar o piso salarial de alguns servidores. Segundo ele, os privilegiados seriam os militares.
Enquanto o ministério da cidadania informa que não irá trazer aumento significativo para o salário mínimo do trabalhador, o presidente Jair Bolsonaro avalia a possibilidade de aumentar a renda dos policiais.
A medida foi informada por ele na Expo 2020, uma exposição internacional que ocorre no emirado do Golfo Pérsico.
Detalhes sobre o reajuste salarial
De acordo com o chefe de estado, a proposta avalia quais serão as categorias contempladas. No entanto, ele garante que ao menos três já estão inclusas na lista, sendo elas: policiais federais, policiais rodoviários federais e policiais penais.
A medida deverá ser enquadrada no Orçamento aberto pela PEC (proposta de emenda à Constituição) dos Precatórios, que dribla o teto de gastos.
“Daí dá para a gente atender [com a PEC dos Precatórios] os mais necessitados, dá para atender a questão orçamentária, pensamos até em obviamente, dado o espaço que está sobrando, atender em parte os servidores“, afirmou o gestor.
O que dizem os especialistas
De acordo com os analistas econômicos, a proposta deverá ter um custo de aproximadamente R$ 2 bilhões. Porém, o valor que o governo espera arrecada na PEC dos Precatórios é de R$ 91 bilhões.
A previsão é de que a medida seja avaliada ainda nas próximas semanas, sendo encaminhada para o Congresso. No entanto, sua validação só poderá ocorrer após a aprovação do Orçamento de 2022, mediante a definição da PEC dos precatórios.
Sobre a PEC dos Precatórios
O projeto espera levantar os seguintes valores:
- R$ 44,6 bilhões decorrentes do limite a ser estipulado para o pagamento das dívidas judiciais do governo federal (precatórios);
- R$ 47 bilhões gerados pela mudança no fator de correção do teto de gastos, incluída na mesma PEC.
O valor deverá ser encaminhado para as seguintes pastas:
- R$ 50 bilhões serão destinados ao Auxílio Brasil para liberar o novo valor médio de R$ 400;
- ajuste dos benefícios vinculados ao salário mínimo;
- elevação de outras despesas obrigatórias;
- despesas de vacinação contra a Covid;
- vinculações do teto aos demais poderes e subtetos.