As eleições estão chegando e é de extrema importância avaliar o que os candidatos pensam sobre os temas que envolvem nossa sociedade e acima disso avaliar os planos que eles possuem para o nosso futuro.
Essa avaliação pode ser feita através da leitura do Plano de Governo, este é o documento no qual os candidatos a cargos do Executivo (prefeito, governador e presidente) informam suas principais ideias e propostas para a população.
Muito diferente do que se imagina Educação Financeira não se enquadra apenas em economia, mas sim nas pastas sociais como família, mulheres, idosos, crianças. Educação financeira é uma ciência humana que lida com comportamentos e se embasa em números.
Sabendo da necessidade de melhorar a vida financeira dos brasileiros, fomos atrás de descobrir o que os candidatos à presidência de 2023 propõem sobre o tema e o mais importante a saber é:
A Educação financeira está nos planos de governo do seu candidato? Veremos!
Fomos ver o que os principais candidatos pensam sobre o tema: Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PL), Lula (PT) e Simone Tebet (MDB).
Ciro Gomes
No plano do candidato não foi identificada nenhuma proposta em específico voltada para a Educação Financeira.
Mas conforme entrevista dada ao jornal Estadão, ao ser questionado sobre o tema, Ciro diz que “É essencial que os jovens aprendam a não cair na armadilha do endividamento, juros altos e também aprendam a usar recursos financeiros para ter uma qualidade de vida melhor”.
Em debate realizado na último domingo (28) o candidato fala brevemente sobre os brasileiros endividados e que ele possui uma proposta para refinanciar a dívida dos brasileiros.
“…Eu tenho uma proposta para refinanciar a dívida de todos os brasileiros que estão com nome inscrito no SPC (Serviço de Proteção ao crédito) e que estão com juros altos” fala Ciro.
Mas o candidato não especifica exatamente como isso será feito.
De qualquer forma, Ciro já se declarou um apoiador da educação financeira nas escolas.
Jair Bolsonaro
No plano do candidato não foi identificada nenhuma proposta em específico voltada para a Educação Financeira.
Conforme informações da Revista Fórum de janeiro de 2020, o Governo Bolsonaro, em conjunto ao Banco Central, destinou por volta de 11 milhões de reais no programa “Aprender Valor”, um programa que leva educação financeira aos estudantes de escolas públicas brasileiras de ensino fundamental.
No mais, nenhuma outra abordagem direta ao tema.
Lula
No plano do candidato não foi identificada nenhuma proposta em específico voltada para a Educação Financeira.
No site oficial do candidato é possível encontrar uma matéria sobre Educação Financeira, conforme texto no site: “não dá pra falar em educação financeira sem falar de renda digna, emprego decente e controle da inflação. Foi isso que Lula fez em seus 8 anos de governo, e vai voltar a fazer.”
A página defende a Educação financeira com consciência social e política e complementa: “Qualquer debate acerca da necessidade de educação financeira deve levar em conta a vida real. Profissionais da área, como a Naty Finanças e a Gaby Chaves, do No Front, têm isso em mente. Mais importante do que saber poupar é entender o que é inflação e como ela corrói o poder de compra do seu salário.”
No mais, nenhuma abordagem ou projeto específico sobre o tema.
Simone Tebet
No plano da candidata não foi identificada nenhuma proposta em específico voltada para a Educação Financeira.
Mas conforme entrevista dada ao jornal Estadão, ao ser questionado sobre o tema,
Tebet diz que “entende que as escolas devem preparar o aluno para o exercício da cidadania e para o mercado de trabalho. Educação financeira é parte dessa formação”.
E complementa dizendo que o País tem uma “enorme oportunidade” de avançar na melhor formação dos jovens a partir do novo ensino médio e da adoção da BNCC.
Segundo ela, as mudanças promovidas no currículo das escolas ainda no governo Michel Temer (MDB) “vão aproximar a escola da vida real dos alunos e, com isso, contribuir para reduzir a evasão”.
É importante dizer que desde 2017 (governo do ex- Presidente Temer), a Educação Financeira passou a ser amparada pela Lei e foi incluída na grade curricular dos alunos do ensino médio, mas como sabemos tudo ficou mais no papel do que na prática.
Mas a realidade é que essas aulas ainda não chegaram à grade da maioria das escolas do Brasil e muitos dos professores não tiveram treinamento para trabalhar o assunto.
Infelizmente o tema parece ainda ser polêmico para nossos governantes, basta pegarmos como exemplo a grande repercussão que teve a fala da Deputada Estadual do Rio Grande do Sul, Luciana Genro do PSOL em junho deste ano.
Em sua página do Instagram é possível ver o vídeo onde, a Deputada argumenta:
“Seria realmente constrangedor e embaraçoso, para um professor, para uma professora, tentar ensinar uma criança que vive em uma família pobre a administrar as suas finanças a ponto de não se endividar. Então, eu sinto muito, mas não posso dar meu voto favorável a esse absurdo”.
A fala dividiu opiniões, mas é certo afirmar que posicionamentos como esse, onde negar o acesso à educação à população pobre, somente alimenta o atraso na vida dos brasileiros, algo totalmente injustificável.
Sendo assim, precisamos buscar por nossa própria conta o desenvolvimento dessas habilidades que são tão importantes e, claro, continuar cobrando aos governantes incentivos à educação.
Saiba mais sobre Educação Financeira: O que é Educação Financeira: 4 regras para ter uma vida financeira saudável mesmo ganhando pouco.