Reviravolta: Americanas consegue novas vitórias contra os bancos. Confira o que está em jogo

O juiz da 4ª Vara Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Alves, decidiu que os recursos da Americanas que estão retidos como compensação de dívidas que a varejista possui nos bancos Safra (R$ 95 milhões) e Votorantim (R$ 200 milhões) deverão ser depositados uma conta judicial.

Reviravolta: Americanas consegue novas vitórias contra os bancos. Confira o que está em jogo (Imagem: FDR)

Em sua decisão, Alves aponta que atendeu a um pedido dos advogados da Americanas que pediam “a apreensão online de valores indevidamente retidos”. Assim, o juiz determinou que os recursos “deverão permanecer depositados judicialmente”.

Essa foi uma resposta à atitude dos bancos, que estavam retendo dinheiro da empresa varejista como forma de se salvaguardar devido ao contexto de incerteza em meio ao rombo bilionário nas contas da empresa.

Dessa forma, o montante que é estimado em cerca de R$ 295 milhões ficará “congelado” até o fim da disputa entre as partes, ficando inacessível até a resolução do imbróglio judicial.

O magistrado ainda citou em sua decisão que o procedimento de reter os recursos que estava sendo utilizado pelas duas instituições financeiras estaria atrapalhando a Americanas, que está em processo de Recuperação Judicial desde a semana passada.

A crise das Americanas

Desde a última quinta-feira em processo de recuperação judicial, que foi aprovado pela Justiça do Rio de Janeiro, a Americanas tenta se reestruturar após um rombo de mais de R$ 43 bilhões ser identificado em suas finanças.

Além disso, a empresa ainda conta com um fator que dificulta a sua reabilitação para seguir atuando no mercado: uma extensa lista de credores, que ultrapassa mais de 16 mil pessoas e instituições com valores a receber do grupo varejista.

Vale lembrar que antes do anúncio do rombo, o último balanço da Americanas, publicado no terceiro trimestre de 2022, indicava um endividamento bruto da companhia orçado em R$ 19,3 bilhões.

Assim, neste processo, a empresa perdeu o CEO Sérgio Rial, que passou 10 dias no cargo e pediu demissão, viu o valor das suas ações despencar ser cotada a menos de R$ 1 antes da recuperação judicial e, além disso, teve sua nota no mercado financeiro rebaixada pela agência S&P, que classificou a corporação como Default, código para risco de calote.

Segundo diretoria da empresa, sem a proteção contra os credores, a Americanas corre risco de ‘absoluto aniquilamento do fluxo de caixa’, o que impedirá o pagamento de fornecedores e funcionários. A empresa afirma manter mais de 100 mil empregos diretos e indiretos, e reunir 3.600 estabelecimentos no país.

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