Contas básicas representam grande parcela na dívida dos brasileiros; como evitar?

Pontos-chave
  • Inflação já causa atraso de contas básicas
  • Este tipo de conta já responde por 23,9% das dívidas
  • Setor elétrico é o mais afetado pelos atrasos

A disparada da inflação já se tornou o maior vilão das finanças dos brasileiros, causando até mesmo o atraso no pagamento das contas básicas como água, luz e telefone. De acordo com dados do Mapa da Inadimplência da Serasa, o Brasil fechou o último ano com 63,9 milhões de devedores, representando um aumento de 2,6 milhões em comparação com 2020.

As contas básicas já respondem por 23,9% das dívidas, perdendo somente para gastos ligados com bancos e cartões de crédito, que representaram 27,7%.

Esta falta de dinheiro não é um problema só para as famílias. As concessionárias de energia, gás e telefone estão tendo que recorrer a programas de renegociação de dívidas oferecendo descontos consideráveis para mitigar as perdas. Uma outra saída está sendo  investir em um arsenal de mecanismos de cobrança para agilizar e incentivar o pagamento das contas. 

Orçamento 

Entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021, o Brasil registrou um aumento de 2,6 milhões de inadimplentes. 

O setor elétrico, um dos vilões da inflação no último ano, foi o mais afetado pela inadimplência. O setor ainda está cobrando uma sobretaxa de R$14,20 na conta a cada cem quilowatts-hora consumidos até abril. 

Segundo as distribuidoras, só será possível voltar ao patamar da pré-pandemia em 2023. Em média, o percentual de calote médio, está entre 7% a 7,5%, quase o dobro do registrado antes da pandemia, segundo as empresas.

Em outubro passado, a Light começou uma campanha que oferece descontos de até 95% e parcelamento em até 24 vezes. Até o momento, 43 mil clientes aderiram. Para aumentar esse resultado, a empresa está planejando prorrogar a duração da campanha até o final do primeiro trimestre. Rodney Argolo, gerente de Cobrança da Light, disse que a finalidade é que o cliente regularize sua situação.

“O desconto médio ficou em 80% e fazemos o parcelamento no cartão de crédito. O aumento no valor da tarifa com a bandeira tarifária (de Escassez Hídrica) dificulta ainda mais porque aumenta o valor da conta em um momento em que o desemprego está alto”, disse Argolo ao IG.

Recuperação apenas em 2023

Na Light, a inadimplência está entre 7% a 7,5%, um patamar superior ao da faixa de 4,5% a 5% do período de pré-pandemia.

“Temos em 2022 um ano de pequena frustração. Não esperamos chegar ao nível de antes da pandemia. A meta é recuperar 70% da perda”, afirmou.

Na visão da economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Izis Ferreira, os juros altos e a inflação são os fatores centrais que prejudicam o orçamento e faz com que a quantidade de contas em atraso aumente.

“As famílias de renda mais baixa são as que mais sofrem, principalmente com a inflação alta. Estar inadimplente com uma conta de consumo significa que a qualquer momento você pode ter o serviço cortado. Atrasar uma dessas contas é sinal de uma dificuldade maior”, disse.

A economista destacou que o primeiro trimestre tende a ser ainda mais complicado, por conta de gastos recorrentes do início do ano, como IPTU, IPVA e compra de material escolar.

SAIR DAS DÍVIDAS: Aprenda a organizar suas contas em poucos minutos

Dicas para colocar em finanças em dia 

Para conseguir controlar suas despesas, sempre anote tudo em um caderno ou planilha.

Desta forma você terá uma visão completa de onde o seu dinheiro está sendo gasto. Isto também te ajuda a não se perder em meio a tantos pagamentos que devem ser feitos.

Neste momento de ajuste de despesas, verifique de que forma você pode economizar.

Não menospreze pequenas economias como apagar a luz ao sair de um cômodo, tomar banhos mais rápidos, utilizar o chuveiro na posição verão e juntar uma maior quantidade de roupas antes de lavar.

Cada família possui um estilo de vida e suas necessidades que indicarão os gastos que podem ser limados. Porém não se esqueça de que é necessário se esforçar para sair das dívidas.

Após organizar suas finanças, procure seus credores para negociar suas dívidas. Tendo dinheiro na mão, a negociação fica mais fácil.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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