CadÚnico é usado no Norte e Nordeste para amenizar fim do auxílio emergencial

Pontos-chave
  • Após o fim do auxílio emergencial, as prefeituras e governos estaduais do Norte e Nordeste estão utilizando recursos próprios para criar programas de transferência de renda;
  • O objetivo é atender as famílias que mais necessitam e estão sofrendo com a 2ª onda de contaminação por Covid-19;
  • Essa decisão veio porque essas são as regiões que mais possuíam beneficiários do auxílio emergencial.

Após o fim do auxílio emergencial, as prefeituras e governos estaduais do Norte e Nordeste estão utilizando recursos próprios para criar ou ampliar programas de transferência de renda. O objetivo é atender as famílias que mais necessitam e estão sofrendo com a 2ª onda da Covid-19 que o Brasil vem enfrentando.

CadÚnico é usado no Norte e Nordeste para amenizar fim do auxílio emergencial
CadÚnico é usado no Norte e Nordeste para amenizar fim do auxílio emergencial (Imagem: Reprodução/Google)

Mesmo estando com poucos recursos, os estados do Norte e Nordeste adotaram medidas para ajudar a sua população que se encontra em situação de vulnerabilidade social.

Essa decisão veio porque essas são as regiões que mais possuíam beneficiários do auxílio emergencial. E, portanto, foram as que mais sofreram com o fim do programa no ano passado.

Diante disso, os governadores do Norte e Nordeste e prefeitos dos municípios decidiram usar recursos próprios para amenizar os impactos gerados pela pandemia de Covid-19 em 2021 e o fim do auxílio emergencial.

Região Norte e a criação de programas sociais

O estado do Amazonas é uma das regiões brasileiras que mais vem sofrendo com a 2ª onda da Covid-19. Isso porque faltam profissionais e insumos para atender a quantidade de casos, maximizados pela descoberta de uma variante ainda mais contagiosa.

Por esse motivo, o governo do estado decidiu não esperar mais uma atitude do Governo Federal ou a prorrogação do auxílio emergencial e adotou um programa próprio. Esse auxílio estadual começou a ser pago na última segunda-feira (1º).

São 100 mil famílias em situação de extrema pobreza contempladas pela ajuda, sendo que o auxílio conta com três parcelas de R$ 200. De acordo com a secretária do Fundo de Promoção Social e Erradicação da Pobreza, Kathelen Santos, a escolha das famílias foi com base nos dados do Cadastro Único.

No município de Manaus, a Câmara de Vereadores, aprovou no final de janeiro o “Auxílio Manauara”. Esse programa também é destinado às famílias mais carentes e visa atender 40 mil famílias, com seis parcelas de R$ 200 pagas mensalmente a partir deste mês.

No Pará, o governo do estado e a prefeitura de Belém criaram o programa “Bora Belém”, que visa pagar R$ 450 as famílias em situação de risco econômico. Esse programa beneficia as famílias em extrema pobreza e que tiveram as condições financeiras agravadas pela pandemia.

Região Nordeste e a criação de programas sociais

O Nordeste não está em uma situação tão grave como o Norte, ao comparar a quantidade de contaminados e mortes por Covid. Porém, era uma das regiões que mais possuíam beneficiários do auxílio emergencial.

Essa quantidade alta é devido à desigualdade regional existente há muitos anos e que persiste até hoje. Por esse motivo, após o fim do auxílio emergencial em dezembro de 2020, a região vem apresentando problemas socioeconômicos, com o aumento de famílias na pobreza.

Com o governo não adotou nenhuma medida de proteção ou anunciou alguma proposta, as prefeituras têm adotado ações para ajudar a sua população mais carente, através de recursos próprios.

Em Salvador, a prefeitura decidiu prorrogar o programa “Salvador por Todos” até o mês de março. O “Salvador por Todos” paga R$ 270 as famílias em situação de vulnerabilidade social e, segundo a prefeitura, contempla 35 mil soteropolitanos.

O governo de Alagoas lançou na última segunda-feira (1º), um programa de transferência de renda voltado para as famílias com gestantes, bebês e crianças de até 5 anos de idade que vivem na pobreza ou extrema pobreza.

O “CRIA” paga R$ 100 por mês a essas famílias e, segundo o governo de Alagoas, o programa contempla 180 mil famílias. A seleção das famílias, assim como foi feito em Salvador, é pelos dados no Cadastro único.

CadÚnico é usado no Norte e Nordeste para amenizar fim do auxílio emergencial
CadÚnico é usado no Norte e Nordeste para amenizar fim do auxílio emergencial (Imagem: Reprodução/Google)

Pernambuco também criou um programa de transferência de renda para substituir o auxílio emergencial pagos a parir deste mês. O estado pagou R$ 150 a todos os beneficiários do Bolsa Família. O pagamento é chamado de 13º do Bolsa Família e foi pensado em amenizar os impactos gerados pela pandemia.

Além desses, alguns benefícios criados durante a pandemia tornaram-se permanentes, como o “Cartão Mais Inclusão” em Sergipe. O auxílio pago aos estudantes da rede estadual de ensino e universitários na Bahia, e o auxílio pago aos catadores no Ceará.

Glaucia AlvesGlaucia Alves
Formada em Letras-Inglês pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atuou na área acadêmica durante 8 anos. Em 2020 começou a trabalhar na equipe do FDR, produzindo conteúdo sobre finanças e carreira, onde já acumula anos de pesquisa e experiência.