- O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou que o Vale gás está "bastante avançado";
- A ideia é reservar recursos da Petrobras para custear o programa.;
- O Vale gás irá entregar um botijão de gás a cada dois meses para os beneficiários do Bolsa Família;
Durante a entrevista concedida à rádio Jovem Pan, na última segunda-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou que o vale gás está “bastante avançado”. O programa será financiado com recursos da Petrobras.
Com a alta na inflação que vem afetando diversos itens, como o gás de cozinha, o Governo Federal pretende pagar o Vale gás as famílias em situação de vulnerabilidade social. A ideia é reservar recursos da Petrobras para custear o programa.
O Vale gás irá entregar um botijão de gás a cada dois meses para os beneficiários do Bolsa Família. Porém, Bolsonaro deixou claro que essa é uma ideia pensada pelo governo, mas que precisa da aprovação da Petrobras.
No mês de agosto, o presidente já havia falado de destinar R$ 3 bilhões da Petrobras para a compra do gás de cozinha. Porém, na época, o presidente da estatal, general Joaquim Silva e Luna, desmentiu a proposta.
O Vale gás será eficaz?
Segundo o presidente do Sindigás (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo), Sergio Bandeira de Mello, o Vale gás precisa ser destinado a quem precisa. O erro do governo antes era subsidiar o gás de cozinha para todos os brasileiros.
Ao despejar R$ 3 bilhões por ano no botijão de 13 kg, esse passaria a ter um desconto de apenas R$ 6. Com isso, não iria ajudar aos mais necessitados, já que, atualmente, o item já custa mais de R$ 100 em algumas cidades brasileiras.
Porém, ao injetar os mesmos R$ 3 bilhões por ano, voltados para 10 milhões de famílias, cada uma dessas poderá receber, a cada dois meses, um botijão de 13 kg totalmente gratuito. Com isso, cada família receberá cerca de R$ 50 por mês para ajudar na compra do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP).
Dessa maneira, o Governo Federal irá conseguir atingir os mais necessitados e ter um programa que realmente traga mudanças na econômica doméstica dessas pessoas. Mello também declarou que a escolha dos beneficiados pode ser feita pelo Cadastro Único para programas sociais (CadÚnico).
Segundo ele, mesmo tendo alguns defeitos é uma grande ferramenta do governo para localizar as pessoas em situação de vulnerabilidade social. São poucos os países que possuem um banco de dados voltado para essa função.
Atualmente, o cadastro é realizado no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) ou Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e é de responsabilidade dos municípios.
Preço do gás de cozinha
Na última semana, o gás de cozinha de 13 quilos teve mais um aumento de 1,5%. Desde o início do ano, o preço médio cobrado pelo item já teve uma alta acumulada de 30%, segundo os dados obtidos são da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
De acordo com a ANP, no final do ano passado, o botijão custava, em média, R$ 75 e hoje custa em torno de R$ 100. Na região Centro-Oeste, devido à última alta, o GLP custa em média de R$ 130, sendo o mais caro do Brasil.
Esses dados mostram que o aumento foi cinco vezes maior que a inflação acumulada no respectivo período, ou seja, 5,67%. O aumento foi aplicado pelas distribuidoras, mesmo sem nenhum reajuste nas refinarias desde o início do mês de julho.
Em todo o Brasil, o preço médio do gás de cozinha se aproximou à média de R$ 98,33, sendo o preço mais barato encontrado na região Nordeste, por R$ 75. Esse item é responsável pelo comprometimento de 1,3% de todo o orçamento familiar, segundo o economista da Fundação Getúlio Vargas, André Braz.
Mesmo o aumento sendo aplicado a todos os brasileiros, são os mais pobres que sentem mais os efeitos do reajuste. Considerando uma renda familiar de um salário mínimo (R$ 1.100), cerca de 10% da renda fica comprometida.
Para piorar a situação, o GLP não é o único item que vem sofrendo reajustes. A gasolina e a cesta básica, por exemplo são outros vilões da econômica doméstica dos brasileiros. Atualmente, o litro da gasolina está, em média, a R$ 6,76 e do diesel em R$ 4,709.