O empresário Sergio Zimerman, fundador e CEO da Petz, considera que a reforma tributária precisa ser vista como uma ferramenta de justiça social. Sobre a tributação de dividendos, ele afirma ser “um absurdo alguém defender que não deveria acontecer”. A declaração foi feita em entrevista ao Estadão.
Por conta das declarações favoráveis à reforma tributária, e também sobre a tributação de dividendos, o fundador da Petz chegou a aparecer entre os assuntos mais comentados do Twitter nesta segunda-feira (7).
Na interpretação do empresário, atualmente, os ricos pagam menos impostos, e os pobres acabam sendo prejudicados.
“Eu, como CEO da companhia, pago menos imposto do que um operador de caixa da minha empresa”, declara Zimerman. No entendimento dele, “isso é uma vergonha”.
O executivo demonstra preocupação com todas as propostas de reformas que foram dialogadas até o momento. Ele observa que “nenhuma toca no assunto mais central, que é essa brutal concentração de renda”.
O CEO da Petz ressalta a necessidade de “algum grau de assistencialismo” por meio de programas sociais. Isso principalmente para os cidadãos que estão abaixo da linha da pobreza.
Apesar disso, “para realmente intervir na desigualdade e promover oportunidades de elevar a condição de vida das pessoas de uma forma estruturada, para mim, a mãe de todas as reformas é a tributária”, declara.
Perspectiva do fundador da Petz sobre a tributação de dividendos
Zimerman acredita “que o empresário que tem consciência, não pode imaginar que tributar dividendos seja uma coisa equivocada”.
Segundo ele, por um lado, o país não tributa dividendos. Já por outro, o imposto sobre o lucro das companhias é o imposto mais alto do planeta.
“O ministro Paulo Guedes fez uma proposta absolutamente coerente, que era a diminuição dessa alíquota sobre as empresas e a tributação sobre dividendos. A lógica é tratar de forma diferente o dinheiro que é reinvestido na economia versus o que vai para o bolso do acionista”, comenta.
O fundador da Petz reconhece que não é simples de realizar o que está dizendo. Na visão dele, se for planejado “o modelo ideal, com fases de transição e um prazo de 20 anos entre o que temos hoje e a proposta final, é possível”.