O Orçamento Secreto descoberto na gestão do atual presidente da república, Jair Bolsonaro (PL), beneficiou diversos parlamentares. A ação disponibiliza recursos para senadores em troca de apoio no Congresso Nacional.
Entre os parlamentares beneficiados com o Orçamento Secreto está a senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS). Essa é ex-aliada de Bolsonaro e candidata à presidência nas Eleições 2022.
De acordo com a reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, Soraya recebeu R$ 95,2 milhões em emendas nos últimos três anos. A candidata indicou emendas para “manutenção de unidades de saúde, recuperação de vias públicas e pavimentação asfáltica”.
Só para Dourados (MS), ela teria destinado R$ 9,4 milhões entre 2020 e 2021. O problema é que essa é a cidade onde foi a mais votada para o Senado, em 2018. A candidata poderia estar usando a sua influência para garantir votos futuros.
“Minhas emendas foram destinadas 100% ao meu Estado, e todas foram anunciadas. De secreto, nada! Quem cobre os passos dos parlamentares com responsabilidade sabe disso. Para quem não, estou republicando. Meu MS está cansado de ser deixado para trás, e eu o ajudarei com tudo o que for possível”, disse em seu perfil no Twitter, no dia 2 de abril deste ano.
A sua vice, Simone Tebet (MDB), teria indicado R$ 19,2 milhões em emendas secretas em 2020. O mais irônico é que Tebet criticou o esquema e a ação do presidente Bolsonaro. Somando as indicações das duas parlamentares, mais de R$ 114 milhões foram recebidos de verbas públicas no Orçamento Secreto.
Entenda como funciona o Orçamento Secreto
As emendas de relator estão presentes no Orçamento Geral da União, desde 2020, um ano após a posse do atual presidente da República. A medida ajudou Bolsonaro a negociar com o Congresso Nacional, conseguindo apoio político.
Porém, as verbas foram alvo de escândalos envolvendo fraudes na compra de caminhões de lixo, ônibus escolares, tratores, ambulância, entre outros. Dessa maneira, os recursos passaram a ser destinados sem nenhum critério técnico ou vínculo com políticas públicas.
Além disso, não há transparência para acompanhar para qual área a emenda de relator será destinada. Diante de tudo isso, a ação se tornou alvo de críticas, sendo muito questionado e citado nos debates políticos.