Pela sexta vez seguida, os analistas do mercado reduziram a estimativa de inflação para este ano. Dessa vez, as previsões de aumento dos preços caíram de 7,15% para 7,11%. As perspectivas fazem parte do boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (8).
A queda nas estimativas da inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acompanha os cortes de impostos estaduais e federais sobre os combustíveis. Diante dessas reduções, os valores cobrados nos postos já apresentam queda nos preços.
Apesar da redução, a nova previsão segue abaixo da meta de inflação, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2022, o centro da meta é de 3,5% — com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Ou seja, a meta será cumprida se variar entre 2% e 5%.
O próprio Banco Central já admitiu que a meta de inflação não será cumprida neste ano. No ano passado, a autoridade monetária também houve rompimento do limite determinado pelo CMN.
Previsão do mercado para a inflação de 2023
Por outro lado, para 2023, os economistas seguem estimando uma elevação maior nos preços. Conforme o boletim Focus mais recente, mercado elevou a previsão de 5,33% para 5,36%. Esta foi a décima oitava alta consecutiva da perspectiva para o período.
A estimativa de inflação para o próximo também está acima da meta. Para 2023, o centro da meta é de 3,25% — com a mesma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Estimativa para a taxa de juros
Para cumprir a meta de inflação, o principal instrumento usado pelo Banco Central é a taxa básica de juros da economia, a Selic. Atualmente, a taxa de juros está em 13,75% ano. Este é o maior patamar desde novembro de 2016, quando estava em 14% ao ano.
Segundo economistas, a Selic deve encerrar 2022 no mesmo patamar que o atual. Já para 2023, o mercado espera que a taxa básica de juros reduza para 11% ao ano.
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa Selic para 13,75% ao ano. Em comunicado, o Comitê revelou que avaliará a necessidade de um novo aumento, de intensidade menor, na próxima reunião — que acontecerá no final de setembro.
Ao elevar a Selic, o Copom busca conter a demanda aquecida. Quando os juros sobem, fica mais caro tomar crédito. Diante disso, as pessoas tendem a gastar menos, de forma a resultar em queda nos preços.