O ano de 2020, provavelmente, entrará para os livros de história como um dos momentos mais marcantes dos últimos tempos por conta da pandemia. Ela trouxe grandes transformações nos hábitos de consumo da sociedade.
A maioria do planeta foi afetado quase que simultaneamente pela Covid-19 devido às restrições ao deslocamento de consumidores, trabalhadores e dos bens de consumo. Isso trouxe alterações no cotidiano e nas interações entre as pessoas.
Uma das principais consequências desse quadro foi a mudança de hábitos de consumo e padrões de comportamento. Tais efeitos – que já vinham se desenhando há alguns anos, porém a passos lentos -, parecem indicar uma nova ordem de valores, o que pode impactar as relações de consumo nos próximos anos.
Hábitos de consumo no e-commerce
A pandemia acabou intensificando as compras online e o crescimento do comércio eletrônico (e-commerce). De acordo com estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), 61% dos clientes que fizeram compras pela internet durante a quarentena aumentaram o volume de compras por conta do isolamento social.
Segundo um relatório da Mastercard sobre vendas no varejo, o e-commerce brasileiro apresentou um crescimento de 75% em 2020, se comparado ao ano anterior.
Já em 2021, segundo dados da Neotrust, empresa que monitora 85% do comércio eletrônico brasileiro, houve um crescimento de 27% em relação a 2020, com um faturamento que chegou a R$ 161 bilhões.
Quais setores mais venderam na pandemia?
O isolamento social trouxe novos costumes, sobretudo focados na saúde, higiene, bem-estar e no conforto. Essa mudança de hábitos gerou aumentos de despesa em alguns setores, o que deve se manter nos próximos anos.
Um estudo da Mastercard destaca que os setores com maior destaque e crescimento durante a pandemia foram hobby e livrarias (110%) e o de drogaria (88,7%).
O consumidor também dá sinais de estar mais disposto a mudar seu comportamento na direção de produtos, serviços e marcas que demonstrem ter um impacto positivo sobre o meio ambiente e a sociedade.
Em um levantamento feito pela consultoria EY Parthenon aqui no Brasil com mais de 1000 consumidores, 45% disseram estar dispostos a pagar mais por bens e serviços sustentáveis.
Produtos eletrônicos e eletrodomésticos também tiveram alta de procura, principalmente no início da pandemia. Já que a dinâmica do home office mudou a relação das pessoas com seus lares ao ficarem mais tempo em casa.
No entanto, a compra de itens eletrônicos e ligados à linha branca, por surfarem a onda logo do começo do isolamento, tiveram um pico na demanda, mas que não devem ter grande alteração no futuro. Isso vem, inclusive, afetando bastante as principais varejistas brasileiras da bolsa.
Quais os maiores e-commerce do Brasil?
Conforme o site Conversion, atualmente, os maiores e-commerce do Brasil em número de acessos são, na ordem: 1) Mercado Livre (30%); 2) Americanas (13%); 3) Amazon Brasil (12%); 4) Magazine Luiza (11%); 5) Shopee (9%). Entre parêntese temos o percentual do market share quando consideramos apenas os 10 maiores sites do comércio eletrônico.
O fato é que as compras online vieram para ficar e as empresas de e-commerce que tiverem maior êxito em fidelizar os consumidores em suas plataformas sairão na frente nos pós pandemia. Com isso, podem aumentar sua participação no mercado e criar uma base de clientes valiosa, o que será fundamental para o futuro do setor.
Vale a pena investir no e-commerce?
O e-commerce e o varejo são setores muito voláteis, existem muitos fatores que influenciam na sua valorização ou desvalorização, o importante é o investidor escolher empresas que conheça bem e ter maturidade para passar pelos momentos de alta e baixa.
Portanto, o investidor que se antecipar às novas tendências quando essa crise passar pode encontrar boas oportunidades de investimentos. Compreender as mudanças trazidas pela pandemia nos hábitos de consumo da sociedade e os setores que devem ser beneficiadas por esse processo será um diferencial importante.