O que o investidor precisa saber do setor de saúde

Um dos ramos da economia que ficou mais em evidência por causa da pandemia foi o setor de saúde. Este segmento já vinha se beneficiando das mudanças na pirâmide etária da população. O aumento na demanda por vacinas, tratamentos, planos de saúde e remédios nos últimos anos foi acelerado pela crise sanitária.

Esse setor é bastante diverso, compreendendo desde indústrias farmacêuticas até redes de varejo de medicamentos, grupos hospitalares e planos de saúde. Atualmente, essas empresas representam quase 7% do Ibovespa.

As principais características dessas companhias são as altas receitas, mas, principalmente, o fato de operarem em um mercado de produtos e serviços essenciais para a sociedade. 

As pessoas não param de tomar remédios, fazer cirurgias ou tratamentos porque a economia está enfraquecida, o que torna o setor como um todo bastante resiliente aos choques na economia.

Por exemplo, em 2015, ano em que o PIB caiu 3,5%, o volume de consumo de bens e serviços de saúde cresceu 1,1%. No ano seguinte, o PIB caiu 3,3% e o volume de serviços do setor teve uma queda menor, de 1,5%. Isso revela como o setor é menos impactado por quedas da atividade econômica, tornando o segmento mais perene ao longo do tempo.

Atualmente, quase 18% dos brasileiros têm 60 anos ou mais, e as projeções do IBGE são de que quase um terço da população será de pessoas idosas em 2060. Esse é um dos principais dados que ratificam a crescente importância do setor para a economia.

De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o Brasil tem quase 50 milhões de pessoas que contam com algum serviço privado de prestação de saúde. Isso representa menos de 25% da população. Logo, ainda há bastante potencial a ser explorado.

Os dados sobre as despesas com saúde – públicos e privados – revelam a tendência de crescimento com esse tipo de serviço, que deve continuar se expandindo nas próximas décadas. Entre 2010 e 2019 esses gastos aumentaram de 8% pra 9,6% do PIB, o que representa mais de R$ 700 bilhões. Na última década a atividade de saúde privada expandiu 50%.

Para fins de comparação, em países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os governos gastaram, em média, o equivalente a 6,5% do PIB, e as famílias desembolsaram 2,3% do PIB. Países como Alemanha, França e Reino Unido investem 9,9%, 9,3% e 8,0% do PIB, respectivamente.

A pandemia também trouxe novos costumes, sobretudo focados em saúde, higiene, bem-estar e conforto. Essa mudança de hábitos gerou aumentos de despesa em alguns setores como o de saúde. Um estudo da Mastercard destaca que um dos ramos com maior destaque e crescimento durante a pandemia foi o de drogaria.

De toda forma, tendo em vista o envelhecimento da população, o crescimento da demanda por serviços de saúde deverá ser uma das marcas das próximas décadas. E a pandemia parece ter acelerado esse processo.

O setor de saúde vem cada vez mais acompanhando as transformações que a crise sanitária trouxe, mas também as mudanças no padrão de vida das pessoas. Isso torna o futuro desafiador, mas também bastante promissor para esse segmento.

Diante desse cenário, um investidor com foco no longo prazo deve estar atento aos ativos do setor, considerando o seu potencial de valorização nas próximas décadas e as modificações nas prioridades e no perfil demográfico da população.

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