Santander testa funcionalidade para transferência de veículos de maneira 100% digital

Aquelas filas intermináveis para mudar a propriedade de um veículo no Detran pode se tornar algo ultrapassado a partir do real digital. Quando a versão digital de nossa moeda for lançada oficialmente, a compra de veículos com troca de titularidade vai poder ser realizada de forma instantânea, acabando com a burocracia.

A solução que foi testada pelo Santander, juntamente com a Parfin, permitirá que este procedimento aconteça através de contratos inteligentes, programas de computador que trabalham de acordo com regras pré-determinadas e que rodam na tecnologia blockchain, redes de dados incorruptíveis que surgiu com o Bitcoin.

Este projeto apareceu no âmbito do Laboratório de Inovações Financeiras Tecnológicas (LFIT), programa do Banco Central que tem o objetado de criar casos de uso do real digital, trazendo idéias para possíveis usos da versão digital da moeda. 

Os trabalhos do laboratório se inciaram no último mês de setembro e seguem até fevereiro do ano que vem. Um piloto do real digital, juntamente com no mínimo um dos nove projetos do LIFT, está previsto pra ser lançado no segundo semestre de 2023. Já versão final da moeda tem previsão para para chegar em 2024.

“São três smart contracts. Um para o real digital, um para o DvP e um para transformar o carro em NFT”, disse ao InfoMoney Alex Buelau, diretor de tecnologia da provedora de infraestrutura blockchain Parfin. 

DvP é o nome dado ao protótipo criado por empresas, sigla em inglês que significa “entrega contra pagamento”, modalidade de operação que promete  ficar mais eficiente através do uso de moedas digitais, tanto no comércio pela internet como no presencial, como o de carros usados.

Através da simulação que foi realizada de forma interna pelo banco Santander e Parfin, o BC “imprimiu” o real digital e enviou para a conta de reserva do Santander. O banco, então, manda o dinheiro para a conta do cliente. Quando o cliente ficar interessado em comprar um veículo através da internet, ele pode usar o real digital para efetuar a compra. A transação, que em casos normais necessitaria  do próprio banco como intermediário e da validação presencial junto ao Detran, é feita automaticamente.

“Quando o smart contract identifica que os dois lados [da transação] foram atendidos, ele faz a troca: manda o carro para o comprador, e o dinheiro para o vendedor, e a transação é finalizada”, disse Buelau ao Infomoney.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.