Tesouro Direto é uma boa opção para quem quer investir em dezembro. Confira títulos mais indicados

Pontos-chave
  • Renda fixa segue como porto seguro para investidores
  • Confira as recomendações para dezembro

Mesmo com toda a volatilidade no mercado de títulos públicos, causada especialmente pelo cenário político atual, os investimentos em renda fixa permanecem como um porto seguro para os investidores. Apesar disso, é recomendada cautela pelos analistas.

Era projetado, até o fim das eleições 2022, que a Taxa Selic iria iniciar uma trajetória de queda ainda, talvez, no primeiro semestre do ano novo. Agora, com a chegada do governo comandado por Lula, a previsão dos analistas é de que este ciclo de queda demore mais, tendo início apenas em 2024.

O Cupom (Comitê de Política Monetária) decidiu na última reunião do ano, manter a taxa Selic em 13,75%, nível que deve ser mantido nos próximos meses.

O nome de Fernando Haddad para comandar o Ministério da Fazenda não foi bem aceito pelo mercado. No entanto, o clima piorou ainda mais com a informação de que Aloisio Mercadante, coordenador da campanha presidencial, estaria sendo cotado para assumir a Petrobras ou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 

Na tarde ontem, 12, todos os títulos públicos atrelados à inflação atingiram taxas superiores a 6,23%, fora a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A remuneração dos prefixados, por sua vez, ultrapassava o patamar dos 13,26% ao ano. Esta volatilidade no mercado de juros paralisou as negociações dos títulos do Tesouro Direto fossem algumas vezes no decorrer do mês e até mais de uma vez em um único dia.

Em meio a este cenário, em quais títulos é melhor investir neste mês?

Investimentos em dezembro 

O portal InfoMoney compilou as recomendações de três casas: XP, Santander Corretora e Itaú BBA. Todas elas tem em comum alguns papéis atrelados à inflação, com vencimentos variados.

No relatório do Itaú BBA se destaca o mercado internacional, que está pendendo para um cenário de desaceleração da atividade à frente nos Estados Unidos, para a finalização do ciclo de alta da taxa de juros americana por volta de 5% ao ano nos primeiros meses do ano novo e para a tendência de enfraquecimento da moeda norte americana.

Fora isso, também aumentaram no mês passado os indícios de que a China estaria flexibilizando a política de Covid-Zero, com efeitos que se refletem no mercado de commodities. Estas informações juntas trazem um cenário positivo para a renda fixa nacional, e os riscos se concentram na chance de que este cenário não se confirme.

“Por isso, teremos períodos de volatilidade à frente, em especial com as futuras leituras de inflação nos Estados Unidos”, disse ao InfoMoney Lucas Queiroz, estrategista de renda fixa para pessoa física do Itaú BBA.

A melhor ferramenta para mensurar a temperatura no mercado local está sendo a inflação implícita em vértices mais prolongados. Por conta de sua maior liquidez e de seu horizonte de investimento geralmente mais curtos, os contratos futuros de DI (e como consequência as taxas prefixadas) respondem de forma mais rápida  ao sentimento dos investidores, diz o relatório.

Já, por outro lado, o mercado de NTN-Bs (chamados de Tesouro IPCA+ no Tesouro Direto) possui  participantes com horizonte de investimento mais longos,  como os fundos de previdência. Fora disso, a proteção contra os imprevistos inflacionários, que geralmente é o maior medo do mercado nacional, pode reduzir o ímpeto dos donos deste tipo de título em fases de estresse de mercado.

Olhando para investimentos a longo prazo, a rentabilidade de um título pós-fixado, atrelado à taxa Selic, propende a ser parecido à taxa neutra daquela economia no período. Mirando o horizonte, algumas métricas sinalizam que esta taxa está de novo perto de 4,5% ao ano, para a economia nacional, razão pela qual o estrategista do Itaú indica que alocações em títulos com taxas ao redor de IPCA + 6% ao ano são as melhores opções.

“Passados três meses de nossa última alteração na carteira sugerida de títulos públicos, entendemos a forte oscilação no mercado ao longo de novembro como uma oportunidade de adquirir ativos com taxas atrativas. Gostamos do patamar de taxas dos títulos IPCA+ com vencimentos mais longos, apresentando expectativa de retorno elevado em horizontes de médio prazo. As taxas atuais parecem em patamar superior ao estimado para títulos pós-fixados em horizontes mais alongados”, disse Queiroz ao InfoMoney.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.