Imagina continuar trabalhando e perder seu salário repentinamente? Foi o que aconteceu com uma servidora federal no Rio de Janeiro. A mulher foi vítima do golpe da portabilidade de salário.
A servidora que não quis ser identificada, tem uma remuneração mensal de, aproximadamente, R$ 25 mil. É costumeiro entre empresas e órgãos públicos por todo o Brasil, fixar um prazo de pagamento de cinco dias úteis. Foi justamente nestes dias que o golpe da portabilidade de salário foi descoberto.
Estranhando o atraso no pagamento do salário, a servidora questionou o empregador, e então foi informada que o repasse já havia sido feito. Com essa confirmação, ela decidiu recorrer ao gerente do banco onde a remuneração é depositada, o Itaú.
Para a surpresa dela, foi apresentado o esclarecimento de que o salário havia sido transferido para uma nova conta bancária aberta na titularidade da servidora no PagSeguro. O procedimento foi concretizado mediante o golpe da portabilidade de salário.
O golpe da portabilidade de salário tem se tornado popular por todo o território carioca. Diversas vítimas já foram identificadas, sendo apenas uma pequena parte de um enorme esquema de estelionato.
A cada instante os criminosos se especializam nessa prática. Resultado é o fato de que o índice de estelionato já ultrapassa os de roubo e está próximo dos furtos. Ambos são os crimes mais comuns no Estado do Rio de Janeiro (RJ).
Outras três vítimas do mesmo golpe já foram identificadas pelo Estado. Na prática, os criminosos usam documentos falsos com os dados da vítima, e abrem uma conta bancária em outro banco na titularidade da vítima. Normalmente, são escolhidos bancos digitais pela facilidade na abertura da conta.
Assim que o processo é concluído, a portabilidade do salário é solicitada. A facilidade também se relaciona ao fato de que tudo é feito sem sair de casa, pois não há nenhuma exigência quanto à presença no banco.
Desdobramentos do golpe da portabilidade de salário
A servidora destaca que, em momento algum foi consultada pelo banco sobre o pedido de portabilidade. Logo, nenhuma autorização foi concedida.
O curioso é que, com a portabilidade, não há registros da entrada do salário na conta do Itaú e saída para a do PagSeguro. O dinheiro caiu diretamente na conta nova sem deixar rastros.
“Eu fiquei muito chocada com a vulnerabilidade. Perguntei como ninguém do banco tinha me informado da portabilidade, se eu não precisava dar anuência. Não sabiam me dizer, falavam apenas que a portabilidade tinha sido feita. Simples assim. Apertam um botão e está feito. É assustador”, alegou.
Apesar de ter conseguido reaver o dinheiro dentro do prazo de 72 horas, a servidora decidiu entrar na Justiça contra as duas instituições. Até porque, ela alega que o caso foi resolvido com a ajuda de contatos pessoais, e não por empenho dos bancos.