Eleições 2022: lista dos principais escândalos de corrupção no governo Bolsonaro

Pontos-chave
  • Bolsonaro defende em seu discurso que o atual governo não tolera corrupção;
  • Ministros indicados pelo presidente já foram acusados de corrupção, e são investigados pela Polícia Federal;
  • Bolsonaro busca a reeleição nas eleições deste ano.

Jair Bolsonaro (PL), atual presidente do país, se elegeu em 2018 com um discurso muito associado ao desvinculo com a corrupção no país. O presidente defende que em seu atual governo não existe nenhum tipo de corrupção. Inclusive, chegou a fazer esta afirmação em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, em 2021. Mas, afinal, será que isto é realmente verdade?.

Eleições 2022: lista dos principais escândalos de corrupção no governo Bolsonaro
Eleições 2022: lista dos principais escândalos de corrupção no governo Bolsonaro (Imagem: FDR)

Bolsonaro vai disputar as eleições de 2022. Existem pelo menos outros cinco nomes na disputa para presidente do país. Entre eles, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) que carrega o favoritismo nesta corrida, de acordo com a pesquisa do Datafolha ele tem 47% da preferência.

No entanto, Lula não tem um passado de ficha limpa. Isso porque, além de ter sido acusado de crimes de corrupção, o ex-presidente chegou a ficar preso por 580 dias, e foi solto em novembro de 2019.

Em 11 processos que foi acusado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Lula já conseguiu absolvição em 3 deles. E deve ser justamente neste ponto que Bolsonaro vai bater para buscar maior preferência entre os eleitores.

Para isso, o presidente do país tem mantido firme o seu discurso de ser contra a corrupção como uma forma de aumentar seu eleitorado.

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Casos de corrupção no governo Bolsonaro

Em contradição ao discurso do presidente, o jornal Estadão reuniu momentos em que líderes e aliados do atual governo foram descobertos em corrupção. Em resumo, o FDR reuniu as principais acusações de corrupção no governo Bolsonaro. 

Ministro do Turismo acusado de candidaturas “laranja” em 2018

Em outubro de 2019 a Polícia Federal abriu um inquérito contra o então ministro do turismo, Marcelo Álvaro Antônio. Na ocasião, ele foi acusado pelos crimes de falsidade ideológica, associação criminosa e apropriação indébita.

Isso porque, a PF descobriu que havia desvio de recursos públicos usados nas candidaturas de mulheres nas eleições de 2018. Isto é, mulheres que foram inseridas de forma falsa como candidatas a deputadas apenas para acessar o fundo destinado a candidatura de mulheres.

Inicialmente, Bolsonaro se recusou a afastar o ministro, mas mais tarde ele foi retirado do cargo. O partido político, PSL, que até então o presidente fazia parte, foi acusado pelo caso.

Ministro do Meio Ambiente dificultava fiscalização ambiental

Em abril de 2021, Ricardo Salles, que ocupava o cargo de ministro do meio ambiente, foi acusado de dificultar a fiscalização na extração de madeira no país.

Além disso, foi descoberto pela Polícia Federal que Salles fazia parte de uma organização criminosa que beneficiava madeireiros. Isto é, pessoas investigadas de fazer a extração ilegal de madeira em mata preservada.

Orçamento Secreto

No mês de maio de 2021, o Estadão trouxe à tona um esquema onde foi criado um orçamento secreto. Nele, foi descoberta a liberação de R$ 3 bilhões para a compra de tratores e equipamentos agrícolas com valor 259% maior que o preço de mercado. 

Bolsonaro foi acusado de fazer parte deste orçamento, a fim de manter uma boa relação com sua base de aliados no Congresso.

Vacina Covaxin

Em junho de 2021, quando a pandemia ainda matava mais de 1 mil pessoas por dia, foi descoberto o caso de corrupção na compra de vacinas contra a Covid-19.

Um documento que pertencia ao Ministério das Relações Exteriores mostrou que o governo aceitou fazer a compra de um lote de vacinas da Covaxin por um valor 1.000% maior que o que havia sido oferecido pela mesma fabricante seis meses antes.

Na CPI da Covid, depoimentos mostraram que havia pressão interna para que a compra da vacina deste fabricante fosse efetuada o mais breve e dentro destas condições. As acusações pesaram sobre o então ministro da saúde, Eduardo Pazzuelo.

Gabinete paralelo do MEC

Em março deste ano, o jornal Estadão denunciou que dois pastores, Gilmar dos Santos e Arilton Moura, interferiram na destinação de verbas do Ministério da Educação (MEC), com autorização do então ministro Milton Ribeiro.

Nesta semana, Ribeiro foi preso em uma ação da Polícia Federal. Bem como, Gilmar dos Santos e Arilton Moura passaram a responder pelo processo criminal.

Eles são acusados de priorizar os investimentos do MEC para os municípios que mantinham relação amigável com os pastores mencionados. Em março, Bolsonaro chegou a dizer que colocaria “sua cara no fogo” por Milton Ribeiro.

Um áudio vazado mostra Milton dizendo que as verbas eram destinadas dessa forma à pedido do presidente da república.

Após a prisão, o atual presidente mudou seu discurso. E disse que a prisão mostra que a Polícia Federal tem feito seu trabalho de forma correta.

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Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com
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