Tempos difíceis: Banco Mundial reduz crescimento do Brasil pela metade

O Banco Central diminuiu sua previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano, de 1,4% para 0,7%. A estimativa faz parte do Relatório Semestral Região da América Latina e do Caribe, divulgado pela instituição nesta quinta-feira (7).

Tempos difíceis: Banco Mundial reduz crescimento do Brasil pela metade
Tempos difíceis: Banco Mundial reduz crescimento do Brasil pela metade (Imagem: Montagem/FDR)

Na lista de 28 países da região, a previsão de crescimento da atividade econômica brasileira é a segunda pior. O Brasil ficou na frente somente do Haiti, no qual o Banco Central prevê uma recessão de 0,4%. Não houve dados para a Venezuela.

A instituição também reduziu a perspectiva de crescimento para o PIB brasileiro no próximo ano. Para 2023, o órgão cortou as estimativas de 2,7% para 1,3%. Já para 2024, o órgão indicou, pela primeira vez, que o PIB deve chegar a 2%.

Análise da atividade econômica do Brasil

Em entrevista coletiva, o economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e Caribe, William Maloney, afirma que o Brasil foi uma das nações com mais dificuldades para se recuperar da pandemia de coronavírus. Isso aconteceu porque o país foi grandemente afetado pela doença.

O economista destacou que o Brasil importa um terço de seus fertilizantes da Rússia. Este é um fator que preocupa, pois a guerra na Ucrânia tende a cortar a remessa desses insumos. Diante deste cenário, a agropecuária local deve ser prejudicada — de forma a causar aumento nos preços.

Maloney também considera que, como resultado da guerra, a Embraer deixou de conceder assistência técnica e peças de reposição para o setor de avião da Rússia.

Como a guerra entre Rússia e Ucrânia afeta a economia do Brasil?

Sobre os reflexos que o câmbio pode ter sobre a economia da América Latina e Caribe neste ano, o economista entende que os bancos centrais da região têm aumentado as taxas de juros. O objetivo é de reduzir os impactos do ciclo de aumento dos juros nos Estados Unidos sobre as moedas da região.

No longo prazo, o economista alega que o Brasil é uma das nações, dentro da região, mais bem posicionados para acessar as vantagens de uma economia menos poluente — em segmentos como energia eólica e agricultura.

Apesar disso, Maloney entende que o governo deve se planejar para que a transação seja facilitada.

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Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.
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