Com o fechamento dos McDonald’s na Rússia, como ficam os salários dos funcionários?

A McDonald’s anunciou na terça-feira (8) que encerraria temporariamente suas atividades na Rússia. Isso ocorre 22 anos e um mês depois da inauguração da primeira loja da companhia no país.

A abertura da lanchonete na Praça Pushkin, a apenas dois quilômetros do Kremlin, sede do governo russo, foi um dos marcos da entrada do capitalismo na União Soviética. Agora, o anúncio de fechamento se dá num momento em que o “Ocidente” condena a Rússia por suas ações na Ucrânia e as principais corporações americanas e europeias se retiram do gigante eurasiático.

Essa onda de sanções e encerramento de empreendimentos acende o alerta sobre as consequências econômicas que o conflito pode trazer para a população russa. Pensando nisso, a McDonald’s decidiu que continuaria a pagar o salário de seus funcionários locais, mesmo com as portas dos estabelecimentos fechadas. Além disso, entidades sociais ligadas à empresa continuarão a funcionar no país.

Com 62 mil funcionários e por 847 lanchonetes, a Rússia se destaca como um dos principais mercados da McDonald’s. E isso se expressa principalmente no faturamento que as vendas no país gera para a companhia: 9% do seu faturamento total.

Tendo isso em conta, encerrar as atividades na Rússia certamente não foi uma decisão fácil para a empresa, ainda mais considerando a manutenção de salários e empregos.

“Nós últimos dias, eu falei e ouvi muita gente de dentro do nosso sistema sobre nossas operações na Rússia. Trata-se de uma situação extremamente desafiadora para uma marca global como a nossa, e há muitas coisas a se considerar”, disse o CEO Chris Kempczinski em comunicado.

A empresa também continuará pagando o salário de seus funcionários na Ucrânia. Eles também serão beneficiados com um fundo de assistência que recebeu 5 milhões de dólares da McDonald’s.

Outras empresas fazem o mesmo

Várias marcas de grande porte já anunciaram a suspensão total ou parcial de suas atividades na Rússia. É o caso das americanas Coca-Cola, Starbucks, Boeing, Apple, Nike, Netflix, Facebook, Twitter, Microsoft e Amazon, das europeias Heineken, Adidas, Volvo, Renault, Spotify, Airbus e British Petroleum, da japonesa Toyota, dentre várias outras.

As bandeiras de cartão de crédito Visa, Mastercard e American Express anunciaram encerramento de boa parte dos seus serviços na Rússia. A solução encontrada pelos bancos russos foi substituí-las pela chinesa UnionPay.

Até mesmo marcas brasileiras entraram na onda de sanções. A Embraer suspendeu serviços para clientes russos sancionados e a Globo anunciou que não transmitirá mais suas novelas na Rússia.

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Amaury NogueiraAmaury Nogueira
Nascido em Manga, norte de Minas Gerais, mora em Belo Horizonte há quase 10 anos. É graduando em Letras - Bacharelado em Edição, pela UFMG. Trabalha há três anos como redator e possui experiência com SEO, revisão e edição de texto. Nas horas vagas, escreve, desenha e pratica outras artes.
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