A situação financeira da Rússia não segue bem, de acordo com algumas análises recentes, e tem preocupado o Banco Central Russo. O temor pode ser exemplificado por situações como a queda nas ações do maior banco russo, o Sberbank, em 73%, já que ele tem sido o principal alvo das sanções impostas por países ocidentais.
Mas não para por aí, a subsidiária austríaca, o Sberbank Europe, pode ter que declarar falência devido aos saques em massa feitos pela população russa que teme ficar sem recursos em meio ao conflito contra a Ucrânia. Até mesmo a Bolsa de Moscou fechou as portas do maior setor de negócios nesta terça-feira, 1º de março.
Por toda a Rússia, empresas e investidores se viram obrigados a tomar uma atitude e venderem moedas consideradas “fortes”, como o dólar e o euro, ou serem impedidos de negociar ativos na tentativa de sair do país. Inclusive, desta terça-feira em diante, os cidadãos russos estão proibidos de “fazerem” remessas ou tomarem empréstimos para o exterior.
A decisão foi tomada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, que alegou serem medidas defensivas e amargas a caráter “contra-sanções”. Na prática, elas visam equilibrar o fluxo de capitais conforme disposto no seguinte jargão: “providências típicas de países em crise externa violenta, quase asfixia”.
No entendimento da presidente do Banco Central russo, Elvira Nabiullina, a situação econômica da Rússia se encontra em um patamar extremamente dramático em virtude das sanções impostas por países do Ocidente.
Neste sentido, um estudo realizado pelo Institute of International Finance mostra que tais retaliações terão a capacidade de promover uma queda no Produto Interno Bruto (PIB) da Rússia em 2022, entre vários outros impactos temerosos.
Isso porque, como a população russa e empresas se apressaram para retirar toda e qualquer quantia depositada nos bancos do país, as instituições financeiras têm enfrentado um déficit estrutural de liquidez. Em outras palavras, possuem recursos não tão insolventes, mas não têm caixa a grosso modo.
Para se ter uma ideia da situação, os cidadãos da Rússia possuíam uma quantia significativa de depósitos em moedas estrangeiras, que correspondiam a 20% do total de depósitos feitos por pessoas físicas e 26% por empresas. Mas agora, na falta de uma garantia de que haverá dólares ou euros o bastante nos cofres dos bancos russos, a desvalorização da moeda russa, o rublo, se amplia cada vez mais.
No último final de semana, os Estados Unidos da América (EUA) junto a outros países aliados tomaram a iniciativa de bloquear o acesso do Banco Central da Rússia às reservas internacionais.
Por outro lado, como a venda ou pagamento das principais exportações russas, como a energia e grãos, não adentraram às sanções, o país ainda tem a possibilidade de sobreviver com o “dinheiro do mês” até que possa se estabilizar no mercado novamente.