Os cariocas podem sofrer mais um aumento de custos nesse início de ano. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) analisa aumentar em 17,96% as tarifas da conta de luz dos consumidores residenciais da Light, empresa que atende a região metropolitana do Rio de Janeiro.
Esse reajuste, chamado oficialmente de revisão tarifária, ocorre a cada cinco anos e leva em conta as mudanças de custos no setor. No ano passado, com a crise hídrica na maior parte do país e a alta do dólar, os custos de geração de energia aumentaram bastante, e nem a bandeira vermelha, que acrescentou R$ 14,20 a cada quilowatt-hora, foi suficiente.
Os consumidores industriais da Light, que consomem energia de alta tensão, devem ter um reajuste menor, de 9,52%. A revisão tarifária foi colocada para consulta pública e ainda pode ser modificada. Os novos valores só passam a valer a partir de 15 de março, depois de divulgado o resultado da consulta pública.
No ano passado, as contas para consumidores residenciais da Light sofreram reajuste anual de 4,67%. Somados à inflação, esses reajustes elevam o custo de vida dos cariocas, em um cenário econômico ainda bastante fragilizado.
Crise hídrica, dólar e “gatos”
As contas de luz vem crescendo em todo o país, e não apenas para os consumidores do Rio de Janeiro. Em 2021, houve aumento médio de 21% na energia elétrica, embora em algumas regiões o aumento tenha superado os 30%.
Entre as principais causas está o volume de chuvas abaixo do adequado na maior parte do país, o que prejudicou a produção nas hidrelétricas e levou ao acionamento de termelétricas, que são mais caras.
A alta do dólar também teve um peso significativo, já que alguns insumos do setor seguem os preços internacionais e, somente no ano passado, foi necessário comprar R$ 8,6 bilhões de reais em energia produzida por países vizinhos.
No caso da Light, outro fator que encarece a distribuição são os famosos “gatos”, que desviam cerca de 23% de toda a energia distribuída pela empresa. Nesse quesito, o estado do Rio de Janeiro estaria na primeira posição no Brasil, sendo que a maior parte do “roubo” ocorre em bairros com maior poder aquisitivo.
Para compensar essas perdas, a Light cobra 17% a mais nas contas de luz de quem paga regularmente.