Auxílio Brasil: valor médio do benefício não compra sequer uma cesta básica

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o valor médio pago pelo Governo Federal através do Auxílio Brasil não é o bastante para comprar uma cesta básica. A conclusão foi tomada com base na pesquisa sobre o preço da cesta básica nas 17 principais capitais brasileiras durante o mês de janeiro.

Auxílio Brasil: valor médio do benefício não compra sequer uma cesta básica
Auxílio Brasil: valor médio do benefício não compra sequer uma cesta básica. (Imagem: FDR)

De todo o apanhado, nem mesmo a cesta básica mais barata, na capital sergipana, em Aracaju, vendida a R$ 507,82, pode ser adquirida com a transferência de renda. Isso porque, o kit alimentar custa 24,6% a mais do que a quantia paga pelo Auxílio Brasil. Ainda seria preciso fazer um complemento aproximado em R$ 107,82 para conseguir suprir os custos integrais da cesta.

Nas 17 capitais avaliadas, somente em Porto Alegre a cesta básica teve uma queda no preço para R$ 673,00 no último mês. De acordo com o Dieese, nas outras cidades, foram registrados aumentos dentro da variação de 0,87% a 6,36% em Florianópolis – R$ 695,59 – e Brasília – R$ 661,09 – , respectivamente. A variação de percentuais foi notada entre o período de dezembro de 2021 a janeiro de 2022.

Até o momento, São Paulo possui a cesta básica mais cara do país, vendida a R$ 713,66, o correspondente a 75% a mais do que o valor do Auxílio Brasil pago pelo Governo Federal no mesmo período.

Em seguida estão as cidades de Florianópolis, Rio de Janeiro, Vitória e Porto Alegre. Entre os itens mais caros da cesta básica está o quilo do pó de café, que teve um aumento médio em todas as capitais no mês de janeiro de 2022.

As localidades nas quais o produto apresentou maiores altas foram em São Paulo – 17,91%, Aracaju – 12,95% e Recife – 12,77%. O aumento sofre a influência da “expectativa de quebra da safra 2022/2023 e os menores estoques globais de café, de acordo com o Dieese. O aumento também se estendeu para o quilo de açúcar, cujo encarecimento foi registrado em 15 das 17 capitais analisadas.

As altas variaram entre 0,22% no Rio de Janeiro e 4,66% em Brasília. O produto derivado da cana-de-açúcar registrou queda somente em Florianópolis a -1,09% e Porto Alegre a -0,22%.

Diante de tantos encarecimentos o reajuste do Auxílio Brasil passou apenas de R$ 217,18 para R$ 400, ficando extremamente abaixo do que é considerado pelo Dieese como o salário mínimo ideal de R$ 5.997,14 em janeiro.

O Auxílio Brasil começou pagando a quantia de R$217,18 para 14,6 milhões de famílias em situação de vulnerabilidade social, as mesmas famílias que já estavam incluídas no recém extinto Bolsa Família até outubro de 2021. Em janeiro de 2022 o programa social foi ampliado para 17,6 milhões de famílias e parcelas de R$ 400.

Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.