Auxílio Emergencial: pagamentos irregulares podem chegar a mais de R$ 800 mi

Um relatório da Controladoria Geral da União (CGU) aponta indícios de irregularidade no pagamento de R$ 808,9 milhões do Auxílio Emergencial pago entre setembro e dezembro de 2020. Segundo o órgão, esse valor teria sido depositado para 1,8 milhão de pessoas que não eram elegíveis ao benefício.

No período analisado, o Auxílio Emergencial pagava R$ 300, sendo uma extensão do benefício original, de R$ 600, que vigorou de abril a agosto de 2020.

A auditoria foi feita com cruzamento de dados e apontou as seguintes irregularidades nos pagamentos:

Os depósitos irregulares teriam representado 3,2% do total de 56,8 milhões de benefícios concedidos no período analisado. Mas o relatório da CGU também considera que R$ 44,4 milhões já foram devolvidos pelos beneficiários ou foram estornados por não ter havido saque dentro do prazo legal.

Subtraindo essa quantia, seria necessário reaver R$ 764,5 milhões para os cofres públicos.

As irregularidade no Auxílio Emergencial já são bem conhecidas. No ano passado, outro relatório da CGU apontou um montante muito superior, de R$ 10,1 bilhões, que foram pagos irregularmente ao longo do ano anterior. À mesma época, o Tribunal de Contas da União (TCU), estimou que o “desvio” poderia ser até cinco vezes maior.

O Ministério da Cidadania vem realizando apurações à procura de irregularidades e enviando notificações para que os contemplados erroneamente devolvam o dinheiro. É possível devolver uma ou mais parcelas recebidas através do site da pasta.

Beneficiários que receberam menos

Por outro lado, a CGU identificou que uma parte das famílias contempladas não recebeu todas as parcelas a que tinha direito. Desde o seu lançamento, em 2020, o Auxílio Emergencial foi alvo de muitos processos judiciais por negar a inscrição de pessoas que atendiam aos critérios.

Apenas através das defensorias públicas, foram mais de 170 mil processos relativos ao programa abertos até maio de 2021. O processamento de todos os pedidos para receber o benefício foi lento e enfrentou dificuldades, como os dados defasados do CadÚnico, que não refletiam a real situação dos candidatos à época.

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Amaury NogueiraAmaury Nogueira
Nascido em Manga, norte de Minas Gerais, mora em Belo Horizonte há quase 10 anos. É graduando em Letras - Bacharelado em Edição, pela UFMG. Trabalha há três anos como redator e possui experiência com SEO, revisão e edição de texto. Nas horas vagas, escreve, desenha e pratica outras artes.
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