Na tarde de ontem, quinta-feira (27), o presidente da república, Jair Bolsonaro (PL), comunicou que o reajuste de 33,24% no piso salarial dos professores da educação básica será concedido aos profissionais.
O comunicado foi feito pela conta do presidente no Twitter e o aumento considera o valor por aluno, de acordo com a variação da inflação nos últimos dois anos. Essa quantia, assim como o reajuste está previsto na Lei do Magistério.
Segundo o presidente, o reajuste de 33,24% do piso salarial para os professores da educação básica é o maior aumento já concedido pelo Governo Federal, desde o surgimento da Lei do Piso.
Além disso, o chefe do executivo afirmou que mais de 1,7 milhão de professores de estados e municípios serão beneficiados. Com isso, o piso da categoria deverá subir de R$ 2.886 para R$ 3.800.
O reajuste concedido pelo presidente contraria as recomendações do ministro da Economia, Paulo Guedes. O líder da pasta pediu que Bolsonaro limita-se o reajuste salarial em até 7,5%, para não prejudicar o Orçamento Geral da União de 2022.
Porém, diante da decisão de Bolsonaro, o ministro, assim como governadores e prefeitos temem que o reajuste possa pressionar os cofres públicos locais. Além disso, há o medo de que outras categorias do funcionalismo público comecem a exigir reajuste salarial.
É importante lembrar que o governo está sendo pressionado por diversos movimentos para a concessão de reajuste salarial. O movimento começou pelos policiais federais que conseguiram espaço no Orçamento de 2022 para o aumento.
Paulo Guedes havia orientado Bolsonaro em não conceder o aumento, já que a ação poderia gerar um efeito cascata em outras categorias. Mesmo assim, temendo uma greve e o descontentamento dos policiais diante das Eleições de 2022, o aumento foi concedido.
Assim, trabalhadores da Receita Federal e do Banco Central pediram exoneração de cargos comissionados e planejam um calendário de greves. Além disso, outras categorias de servidores públicos estão se movimentando para participar da Crise dos Reajustes.
Para bancar o reajuste concedido aos servidores da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Depen (Departamento Penitenciário Nacional) o governo antecipou a compra das vacinas contra a Covid-19 previstas para 2022.
Assim, o dinheiro reservado pôde ser direcionado para os reajustes salariais dos policiais federais. Com isso, R$ 1,7 bilhão do Orçamento Geral da União deste ano foi reservado para os reajustes salariais dos agentes de segurança.