O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, participou nesta terça-feira (21) de uma live promovida pelo jornal Valor Econômico. Na entrevista, o ministro comentou diversas questões ligadas ao governo Bolsonaro, incluindo rumores de um aumento no valor do Auxílio Brasil, programa que substituiu o Bolsa Família.
Nas últimas semanas, especulou-se que o benefício saltaria dos atuais R$ 400 (valor mínimo garantido para cada família participante) para R$ 600. Conforme apurou o colunista de O Globo Lauro Jardim, Valdemar Costa Neto, presidente do PL, seria um dos principais entusiastas da medida.
Ciro Nogueira, no entanto, afirmou que o governo não trabalha com a perspectiva de um novo aumento no Auxílio Brasil em 2022:
“São situações, discussões que não se leva muito a sério aqui em Brasília. Isso se leva mais é como palanque político, discurso político. Ninguém sério nesse país pode achar que nós temos espaço fiscal, ou poderíamos ter responsabilidade fiscal, que é o mais importante, para além dos R$ 400.”
Ainda sobre o Auxílio Brasil, o ministro comentou sobre o valor atual e a importância do programa:
“Esse aumento [para os atuais R$ 400] está até além do que se imaginava. Foi um esforço tremendo do Presidente da República, porque nós sabemos da quantidade de miseráveis, de pessoas que estão passando fome hoje no nosso país. Nós temos 20 milhões de brasileiros que estão com dificuldade de se alimentar diariamente.”
Popularidade de Bolsonaro e relação com o PT
Ciro Nogueira é considerado um político do chamado Centrão, grupo que predomina no Congresso Nacional, e foi escolhido justamente para melhorar a relação do governo com os parlamentares.
O ministro demonstrou confiança na reeleição do presidente Bolsonaro. Segundo ele, a tendência é que a inflação e o desemprego melhorem até maio de 2022, garantindo uma inversão nas intenções de voto, que atualmente apontam para uma vitória do ex-presidente Lula.
Ciro Nogueira também comentou sua mudança de posicionamento em relação a 2018, quando foi contrário ao então candidato Bolsonaro e chegou a subir em palanques regionais com Fernando Haddad, candidado do PT.
“Eu fui contra o Bolsonaro naquela época. Depois passei a acreditar no seu governo, pelas reformas, pela coragem que ele teve de fazer muito daquilo que sempre imaginei na nossa vida. […] Estarei com ele em quantas eleições ele vier a disputar”.