Em meio a crise causada pelo coronavírus, índice de inadimplência CAI no Brasil

A crise econômica causada pela Covid-19 por incrível que pareça diminuiu o índice de inadimplência. Apesar do alto nível de desemprego no Brasil, várias pessoas físicas e jurídicas conseguiram quitar suas dívidas. Isso porque contaram com benefícios e soluções de negociação.

Em meio a crise causada pelo coronavírus, índice de inadimplência CAI no Brasil
Em meio a crise causada pelo coronavírus, índice de inadimplência CAI no Brasil (Imagem/Reprodução Google)

De abril a julho, os registros do Serasa evidenciaram uma queda de 2,5 milhões de inadimplência. Segundo os últimos dados coletados, o total de inadimplentes no Brasil é de 63,5 milhões. Já o número de empresas com dívidas atrasadas registrou, em julho, 5,8 milhões, o menor número do ano.

Até o mês de agosto, ao constatarem que não conseguiriam pagar suas dívidas em dia, cerca de 868 empresas pediram condições especiais à Justiça. Segundo dados coletados nos cartórios brasileiros, esse número é 7,3% menor do que o registrado neste mesmo período em 2019.

O auxílio emergencial e os programas de socorro às pequenas e microempresas foram os maiores responsáveis pela queda do índice de inadimplência no País. Além disso, a taxa de juros chegou a um piso histórico. A queda permitiu que os bancos tivessem uma grande movimentação de renegociação de dívidas. Atualmente, a taxa Selic está em 2% ao ano.

Outra grande ajuda foi a decisão de instituições financeiras pelo adiamento de pagamentos por 60 dias. Essa medida e todas as outras foram emergenciais e temporárias. Não se sabe como a situação da inadimplência pode ficar quando essas facilitações e auxílios forem cortados. Se o desemprego continuar alto, ano que vem a inadimplência pode aumentar muito.

“Os brasileiros que perderam renda estão pendurados hoje no auxílio emergencial, que tem data e hora para acabar (no fim de dezembro). A inadimplência está represada, não está extinta”, afirmou o economista Luiz Rabi, da Serasa Experian, empresa que monitora a situação financeira de consumidores e empresas no País.

Um fator que pode ter interferido consideravelmente no indicador de inadimplência é a carência dada pelos bancos. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), até agosto, eles adiaram R$ 110,5 bilhões em dívidas, de um total de 14,2 milhões de contratos. 

Com o vencimento da primeira rodada das carências oferecidas previsto para este mês, a inadimplência pode subir.

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