O fim da poupança: Com corte na Selic, dinheiro na caderneta rende menos que a inflação

Após a reunião com Banco Central na última quarta feira (05), a Selic agora foi definida para 2% ao ano. O que passou a preocupar os poupantes com a possibilidade do fim da poupança, já que o rendimento da caderneta depende do resultado da taxa de juros. 

O fim da poupança: Com corte na Selic, dinheiro na caderneta rende menos que a inflação.
O fim da poupança: Com corte na Selic, dinheiro na caderneta rende menos que a inflação. (Imagem: Google)

Será o fim da poupança?

Ao contrário do que se esperava, neste ano o saldo da poupança no Brasil aumentou mesmo com a queda nos juros.

Isso mostra que independente de render cada vez mais próximo de zero, muitos brasileiros ainda preferem a caderneta seja pela segurança ou pela praticidade.

Você sabe como é definida a rentabilidade da poupança? Ela representa 70% da taxa Selic, quando esta é inferior à 8% ao ano.

Isso significa que com a Selic de 2%, os valores guardados na poupança rendem apenas 1,4% ao ano isentos de impostos.

Por que considerar a inflação?

É importante considerar o impacto da inflação antes de realizar qualquer investimento, pois como sabemos todos os meses nossa moeda perde um pouco do valor de compra.

Neste ano por exemplo, a estimativa é que a inflação seja de 1,72% até dezembro. Sendo assim, quem deixou dinheiro guardado na poupança vai perder poder de compra.

Mesmo com os rendimentos, o valor investido com juros valerá menos que o valor inicial. Quando analisamos os investimentos, chamamos esse valor de Juros Reais, os juros descontados da inflação.

Para encontrar os Juros Reais de um investimento basta descontar o valor da inflação. No caso da poupança de 1,4% ao ano versus a inflação de 1,72% teremos um juros real negativo de -0,3%, ou seja, um prejuízo para o investidor.

Quais são as alternativas após o fim da poupança?

Para quem planeja guardar dinheiro por bastante tempo, para aposentadoria ou estudos dos filhos, o correto é buscar investimentos que levem em conta a inflação.

Um exemplo disso são os títulos IPCA+ do Tesouro Direto, quem rendem até 3,85% acima da inflação e possuem a mesma segurança da caderneta.

Esses investimentos são mais indicados para o longo prazo pois não importa qual seja a inflação, sempre pagarão mais ao investidor.

Já para quem procura investimentos que podem ser resgatados a qualquer dia, o ideal são aqueles pós-fixados, ou seja, atrelados ao CDI.

Um exemplo disso são as poupanças digitais do Nubank e Banco Inter que rendem 100% CDI e podem ser resgatados qualquer dia e horário.

Esses investimentos rendem até 20% a mais que a poupança e diariamente, sem precisar esperar o aniversário para resgatar os juros.

Como é definida a Selic?

Por ser considerada a taxa básica de juros, a Selic é quem guia todas as outras taxas da nossa economia. Além da rentabilidade da poupança, também interfere nos juros cobrados pelos bancos em empréstimos, financiamentos e até nos cartões de crédito.

Por mais que o corte na Selic seja negativo para alguns investimentos, as taxa mais baixas vão permitir que mais pessoas tenham acesso à crédito mais barato, facilitando o consumo e incentivando as vendas.

A maior parte da economia é impactada positivamente pelos juros baixos, confira alguns produtos e serviços que ficarão mais baratos com a Selic mais baixa:

No Brasil, é o Comitê de Política Monetária (COPOM) que se reúne a cada 45 dias para definir a meta da Selic para o período, sendo que o Banco Central é o principal integrante do comitê.

O principal entendimento do COPOM foi justamente incentivar nossa economia após a crise atual, e mesmo com tantos cortes nos últimos meses o mercado poderá encontrar dificuldade para realmente voltar aos trilhos.

Dependendo da velocidade de recuperação pós crise no Brasil, pode demorar muito tempo até que o rendimento da poupança supere novamente a inflação para valer a pena.

Até lá investimentos na caderneta vão no final das contas gerar mais prejuízo do que lucro ao investidores.

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