Natal (RN) enfrenta momento crítico em relação a pandemia e refaz o plano de reabertura do comercio. Nessa semana, a prefeitura municipal informou que está suspenso o plano de retomada das atividades econômicas, previsto para ter início nesta quarta-feira (17). A decisão foi motivada pelo crescimento no número de óbitos por causa do novo coronavírus, tendo em vista que não há mais leitos de UTI’s disponíveis na região.
De acordo com o decreto publicado na última semana, o varejo seria reaberto hoje (17). No entanto, a cidade não tem mais espaço para ocupar os doentes, e com isso, a quantidade de vítimas fatais vêm crescendo gradativamente.
Mediante a situação, coube a prefeitura reestruturar um novo plano. A ideia é que ao longo desta semana, a taxa de isolamento social seja reforçada para que apenas no dia 24 o comércio seja reaberto. Entre as medidas adotadas para conter o número de infecções, a secretaria de saúde passou a testar as pessoas consideradas grupos de risco.
Os exames estão sendo feitos no esquema drive thru, mas ainda assim viraram motivos de reclamações para a população. Muitos afirmam que o tempo de espera, de mais de horas, dificulta a realização da checagem e por isso preferem permanecer em suas casas.
“Para os idosos, passar mais de três horas, quatro, dentro de um carro, é meio complicado“, reclamou uma motorista.
Sobre a falta de UTI, Carlos Eduardo Xavier, secretário de Tributação do estado, afirmou que a gestão está procurando soluções, mas que é preciso contar com a ajuda dos moradores. Ele reforça que nesse momento, respeitar o isolamento social é o melhor remédio para minimizar a quantidade de casos, mas deixa claro que há planos para a expansão dos leitos.
“A gente precisa fazer esse dever de casa de expansão de leitos, para que, no dia 24, finalmente, a gente comece a retomada da economia”, afirma Carlos Eduardo Xavier, secretário de Tributação do estado.
Vítimas fatais em Natal
Sem UTI disponível há mais de uma semana, a região permanece aumentando os índices de óbitos. Seu José Ribamar, ficou internado em uma UPA por mais de duas semanas, chegando a ficar em cadeiras de roda por falta de acomodações e acabou não resistindo.
“Acabei perdendo meu pai por negligência do estado e do município”, acusou a filha.
O mesmo aconteceu com o seu João, que faleceu também devido à falta de assistência. “Não deu tempo de salvar meu pai. Eu só queria uma UTI. Eu só queria salvar meu pai. Só isso. Não foi possível”, lamentou a filha dele, Janaína Fidélis.