Devido à alta na inflação em 2020, de 4,52%, e a falta da correção da tabela do Imposto de Renda, chegando a 113,09% desde 1996, os brasileiros terão que pagar mais no IR 2021, segundo o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco).
Caso o governo não atualize a tabela do Imposto de Renda este ano, terá que aumentar a cobrança aos brasileiros. Isso acontece devido à inflação acumulada em 2020 que, segundo os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), soma 346,69% entre 1996 e 2020.
O problema maior é que esse valor supera as atualizações realizadas nas faixas de cobrança do Imposto de Renda, que ficaram em 109,63%. Por esse motivo, há um desiquilíbrio de 113,09%, segundo os cálculos Sindifisco.
O Sindicato realiza o estudo da inflação desde 1996 quando o real começou a ser computado como moeda brasileira. Desde essa época, a correção superou a inflação em apenas cinco vezes, ou seja, em 2002, 2005, 2006, 2007 e 2009.
Presidente Bolsonaro e a correção da tabela do IR 2021
Durante a campanha eleitoral de 2018, o então candidato a presidência, Jair Bolsonaro (sem partido), prometeu corrigir a tabela do Imposto de Renda caso ganhasse as eleições.
Após ser questionado sobre o motivo de não ter realizado a correção, mesmo após um ano de mandado, Bolsonaro explicou aos apoiadores que não podia fazer nada, porque o país está, segundo ele mesmo, “quebrado”.
Em 2020, a faixa de isenção do Imposto de renda foi de R$ 1.903,98 por mês, sendo o mesmo valor que em 2019. Durante sua campanha eleitoral, Bolsonaro prometeu subir a faixa de isenção do IR para cinco salários mínimos, ou seja, R$ 4.770, de acordo com o salário de 2018.
Na última quinta-feira (14), o presidente voltou a falar sobre o assunto, porém, já mudando o discurso, querendo subir a faixa de isenção do Imposto de Renda, mas para um valor menor, cerca de R$ 3.000 por mês.
Até o momento, nenhum projeto ou proposta de lei foi emitido pelo governo para realizar a correção da tabela IR 2021 e, muito menos, para aumento o teto de isenção da Declaração do Imposto de Renda deste ano.