SALESóPOLIS, SP — O Governo do Ceará propôs uma mudança histórica no programa CNH Popular, que oferece habilitação gratuita a pessoas de baixa renda. A partir de 2026, mulheres vítimas de violência doméstica e familiar poderão ser incluídas entre o público beneficiado.

(Foto: I.A/Sora)
A proposta de inclusão de um novo público-alvo na CNH Popular foi feita pelo governador do Ceará, Elmano de Freitas, e encaminhada à Assembleia Legislativa.
O texto representa um avanço na promoção da autonomia financeira e social dessas mulheres, ampliando as oportunidades de trabalho e mobilidade após situações de vulnerabilidade.
O que é o programa CNH Popular
Criado pelo Detran-CE, o CNH Popular oferece carteira de motorista gratuita ou subsidiada para quem não tem condições financeiras de arcar com os custos da habilitação.
O benefício contempla as categorias A (moto) e B (carro), com todos os exames, aulas e taxas pagos pelo governo estadual.
O programa já beneficiou milhares de cearenses, incluindo estudantes de escolas públicas, trabalhadores informais e pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico). Agora, a proposta amplia ainda mais o alcance social da iniciativa.
Mulheres vítimas de violência doméstica entram no programa
De acordo com o projeto apresentado pelo governo, mulheres que comprovarem situação de violência doméstica poderão participar do CNH Popular, conforme critérios da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006).
Essa inclusão reconhece que a violência não apenas fere a integridade física e emocional das mulheres, mas também limita seu acesso à independência financeira e mobilidade.
A habilitação gratuita poderá representar um instrumento de recomeço, permitindo que mulheres retomem o controle sobre suas vidas, consigam empregos e se desloquem com mais segurança.
Como funcionará a nova regra
Após aprovação na Assembleia Legislativa, o Detran do Ceará deverá atualizar o edital do programa, criando uma categoria específica para mulheres vítimas de violência doméstica.
A inscrição deverá ser feita pelo site oficial do Detran-CE, com a apresentação de documentos como CPF, RG, comprovante de residência e documento que comprove a condição de vítima, que pode ser uma medida protetiva ou boletim de ocorrência.
O processo seguirá o mesmo formato das demais modalidades do CNH Popular: análise da documentação, agendamento dos exames médicos e psicológicos, aulas teóricas e práticas e, por fim, a prova de direção.
Benefícios diretos da CNH Popular para as mulheres
Além da gratuidade total no processo de habilitação, o programa oferece autonomia, independência e oportunidade profissional.
Muitas mulheres enfrentam dificuldades para se deslocar após romper relacionamentos abusivos — o acesso a uma CNH gratuita pode facilitar a mobilidade e reinserção no mercado de trabalho.
A proposta também reforça a importância das políticas públicas integradas de enfrentamento à violência contra a mulher, que unem segurança, assistência social e capacitação profissional.

