Com a proximidade do Dia das Crianças, muitos pais se perguntam se ainda vale investir em brinquedos que ganharam fama recente. Como, por exemplo, os livros criativos Bobbie Goods ou os colecionáveis Labubu.
Embora continuem sendo procurados, devemos entender que a realidade do consumo infantil mudou bastante nos últimos 15 anos. Essa transformação pesa diretamente na decisão de compra.
Crianças interagem menos com brinquedos?
Estudos mostram que, em média, crianças de 0 a 8 anos passam mais de 2h30 por dia em telas, número que chega a quase 3h30 entre os 5 e 8 anos.
No Brasil, 93% dos jovens de 9 a 17 anos já estão online, a maioria, pelo celular.
Esse novo cenário faz com que brinquedos tradicionais ou criativos disputem atenção direta com vídeos curtos, jogos e redes sociais.
Enquanto gerações anteriores exploravam brinquedos físicos por anos, hoje as interações podem durar poucas semanas antes.
Isso fica, de certo modo, à mercê da próxima moda digital. O impacto é claro: brinquedos precisam se reinventar para permanecer relevantes.
Como as telas encurtaram os ciclos de moda
Há 15 anos, tendências demoravam meses ou anos para saturar.
Hoje, relatórios de plataformas como o TikTok mostram que ciclos virais podem se esgotar em semanas.
O exemplo mais famoso foi o fidget spinner, febre em 2017 que desapareceu tão rápido quanto surgiu.
Isso afeta diretamente produtos como Labubu, que dependem de colecionismo e hype, ou o Bobbie Goods quando não houver mais inovação.
A disputa pela atenção não se dá apenas no tempo livre, mas também dentro da escola: pesquisas da OCDE apontam que até 30% dos alunos se distraem com celulares em sala.
Bobbie Goods e Labubu resistem em outubro de 2025?
- Bobbie Goods: continua relevante ao estimular desenho e criatividade. Pode ser um presente interessante justamente como contraponto às telas, desde que acompanhado de campanhas que dialoguem com o digital (desafios, missões de arte no TikTok ou Instagram).
- Labubu: segue como ícone de colecionáveis da Pop Mart, mas sua força depende do hype. Para não virar moda passageira, precisa de lançamentos limitados, storytelling e ativações digitais que prolonguem o interesse.
O que considerar na escolha do presente
- Antes de tudo, opte por brinquedos que ofereçam continuidade: kits de criação, coleções progressivas ou integração com o digital.
- Observe a faixa etária e mediação dos pais: a combinação de brinquedo físico e experiências digitais guiadas é a que mais favorece o aprendizado e a diversão.
- Cuidado com o risco de encalhe: tendências podem ter vida útil curtíssima.
Sim, tanto Bobbie Goods quanto Labubu ainda são opções em outubro de 2025.
Porém, diante da influência das telas e da aceleração das modas infantis, eles só se tornam escolhas inteligentes em alguns casos.
Quando não são vistos como presentes de um dia, mas experiências que conseguem sobreviver ao hype e estimular brincadeiras de longo prazo.