Uma portinha em uma das avenidas mais movimentadas do país esconde um segredo, as pessoas estão vendendo a íris. O que muitas delas não sabem é que essa prática esconde alguns riscos. Por sinal, muitas estão vendendo sem sequer saber para que esse escaneamento será usado.
Nas últimas semanas uma onda de pessoas vendendo a íris tomou conta do país. Tudo acontece com horário agendado em um espaço na Avenida Paulista. A maioria das pessoas está ali apenas pelo dinheiro, não sabem como essa identificação será usada.
É exatamente aí que mora o perigo, segundo especialistas ouvidos pelo portal Agência Brasil.
Escaneamento da íris, para que serve?
A proposta é tentadora para quem está precisando de dinheiro para pagar as contas, por exemplo. Você faz o escaneamento hoje e amanhã mesmo o valor já está na sua conta, algo em torno de R$ 400 a R$ 450.
Segundo o casal Jurema Peres Panzetti, 72 anos, e José Virgílio, 73 anos, eles receberão 45 worldcoins, sendo 20 moedas liberadas em até 48 horas e o restante pago em até um ano.
No entanto, boa parte das pessoas que estão fazendo esse escaneamento desconhecem a utilidade dele. A íris é uma das formas mais precisas de identificação do cidadão, com uma precisão maior que a digital até.
Sendo assim, com a íris seria possível provar que você é uma pessoa e não um robô. Esse método de identificação é usado no lugar da digital por se manter preservada ao longo dos anos, o que muitas vezes não acontece com a digital.
Por trás desse escaneamento está a empresa de tecnologia Tools for Humanity, que atua na área de Inteligência Artificial.
Riscos do escaneamento da íris
O grande problema é que ainda não se sabe exatamente quais são os riscos, afinal o escaneamento em si parece inofensivo. No entanto, como se trata de um padrão único de identificação, ele pode ser usado de diversas formas ainda não conhecidas.
Segundo a Karen Borges, gerente Adjunta da Assessoria Jurídica do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), em conversa com o portal Agência Brasil, a íris pode ser uma porta aberta para irregularidades abusos e até crimes.
A nossa recomendação e de especialistas é que você pense bem antes de vender a sua íris, afinal, ainda não sabemos como esse dado biométrico será usado no futuro.
Inclusive, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, já instaurou um processo de fiscalização e investigação dessa prática.