Escala 4×3 para o trabalhador ter MENOS tempo de serviço; veja como já funciona o regime no BR

Brasil já testou uma escala de trabalho diferente da tão fala 6×1. Durante seis meses mais de 20 empresas participaram do projeto piloto. Agora, meses depois a escala 4×3 está sendo proposta e pode trazer uma folga na sexta-feira.

Nos últimos dias a escala 6×1 é um dos assuntos mais comentados, resultado de um projeto que busca colocar um fim nela. Nesse sistema o trabalhador tem seis dias de trabalho e apenas um de folga.

Para acabar com ela um novo sistema deve ser usado, incialmente o projeto da deputada Erika Hilton prevê a escala 4×3. A redução da carga horária de trabalho parece distante da realizada. O que muita gente não sabe é que essa escala já foi testada no Brasil.

A especialista do FDR Lila Cunha comenta sobre a escala 6×1, confira.

Escala 4×3 para o trabalhador ter MENOS tempo de serviço; veja como já funciona
o regime no BR
(Imagem: FDR)

Escala 4×3

Nesse sistema o trabalhador teria quatro dias de trabalho e três de folga, ou seja, folgaria de sexta a domingo. Esse é o modelo de trabalho defendido pelo movimento VAT (Movimento Vida Além do Trabalho).

Foi a partir do VAT, criado por Rick Azevedo, vereador eleito em 2024 pelo PSOL-RJ, que a deputada Hilton criou o projeto.

Após um vídeo de Rick viralizar ele abriu um abaixo assinado para o fim da escala 6×1. Atualmente a petição já passa dos 2 milhões de assinaturas.

Esse modelo 4×3 já é adotado em diversas empresas da Europa e tem dado bons resultados lá. Após perceber esse bom desempenho a 4 Day Week Brazil deu início a uma pesquisa no Brasil.

290 funcionários de 19 empresas participaram testando a escala 4×3. Para isso o modelo 100-80-100 tinha que ser seguido, ele corresponde a:

  • 100% da remuneração, ou sejdireo sucesso do projeto as empresas tinham que manter a produtividade dentro do mesmo nível anterior.

Resultados da redução da jornada de trabalho

O teste durou seis meses e rendeu bons resultados para as empresas:

  • Produtividade e engajamento: 71,5% dos participantes tiveram um aumento da produtividade e o engajamento cresceu para 60,3%.
  • Bem-estar: 72,8% dos trabalhadores relatam uma redução da exaustação, outros 49,6% tiveram queda na insônia e 30,5% na ansiedade. Além disso, a média de horas de sono passou de 6,7 para 7,0 por noite.
  • Saúde: 7% dos participantes perceberam uma melhora na saúde física; e 77,3% também relatam que a saúde mental melhorou.
  • Trabalho e cultura organizacional:  80,7% dos trabalhadores notaram mais criatividade e inovação dentro da empresa.
  • Impacto social: 71,3% dos participantes mencionaram ter mais energia para família e amigos.

Inicialmente as empresas não testaram esse modelo em todos os setores; mas após os 6 meses um dos gestores informou que pretende ampliá-lo para os demais.

Outras três farão ajustes no formato de trabalho, que incluem a concessão de folgas a cada 15 dias.

Escala 4×3 para o trabalhador ter MENOS tempo de serviço; veja como já funciona o regime
no BR
(Imagem:  Jeane de Oliveira/ FDR)

Crescimento de mais de 80% após redução da jornada

Uma das empresas brasileiras que já adotada essa escala reduzida é a Vockan, empresa de tecnologia. Já são dois anos de funcionamento da escala 4×3, que resultou em um crescimento de 86%, segundo o portal Exame.

Para o CEO da empresa, Fabrício Oliveira, a redução da escala tem o objetivo de gerar pessoas mais saudáveis, física e mentalmente.

“A adoção da escala se 4 dias de trabalho se deu para endereçar questões ligadas à saúde mental e à atração e retenção de talentos”, afirmou o CEO ao portal.

Contrariando os opositores do projeto, a empresa relata um crescimento de 86%, o que possibilitou uma ampliação das operações e novas contratações. Se você pensou que a Vockan é uma empresa pequena, se enganou, já são 132 funcionários, com previsão de aumento para 200 em 2025.

A empresa tem sede em São Paulo e já conta com um escritório em Atlanta, nos Estados Unidos.

A redução da escala de trabalho ainda deve ser bastante debatida, o Governo já defende a negociação entre empregadores e empregados.

 

Jamille NovaesJamille Novaes
Formada em Letras Vernáculas pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), a produção de texto sempre foi sua paixão. Já atuou como professora e revisora textual, mas foi na redação do FDR que se encontrou como profissional. Possui curso de UX Writing para Transformação Digital, Comunicação Digital e Data Jornalismo: Conceitos Introdutórios; e de Produção de Conteúdos Digitais.