Quitar as dívidas pode não ser a melhor decisão a se tomar ao ser demitido. Para o educador financeiro, o momento exige planejamento e análise detalhada das finanças.
Ao ser demitido, talvez o impulso seja se livrar das dívidas, limpar o nome e quitar todos os pagamentos que precisam ser feitos. No entanto, não é isso que os especialistas indicam fazer no primeiro momento. É o que afirma Thiago Martello, fundador da Martello Educação Financeira, para ele as demissões durante o período da pandemia trouxe à tona a discussão. “Infelizmente, este cenário de falta de emprego tem sido comum nos dias de hoje. Nesse momento de saída da empresa, com fundo de garantia, rescisão, e seguro-desemprego na conta, é normal que a vontade de quitar todas as dívidas apareça. Entretanto, nem sempre essa é a melhor saída para quem acabou de perder a estabilidade de um emprego”, diz o empreendedor.
O que fazer então?
Segundo especialistas, no primeiro momento após a demissão é preciso realizar uma análise detalhada das suas finanças. Em alguns casos, a melhor atitude talvez seja esperar para pagar as inadimplências, mesmo tendo o dinheiro em mãos.
Thiago Martello afirma que se planejar a longo prazo é essencial. “Em um exemplo, uma pessoa tem um custo de vida mensal de 5 mil reais, mas há diversas dívidas somando um valor de 40 mil reais e então obtém 50 mil na rescisão. Isso parece ser suficiente para quitar tudo e conseguir tranquilidade por aproximadamente dois meses. No entanto, é preciso estar preparado para as incertezas que as crises econômicas trouxeram”, diz Martello que completa dizendo que contando 2 mil reais dos gastos mensais pagando as dívidas, os meses confortáveis diminuem e caso não surja um novo emprego até lá, o agora desempregado pode vir a ter dor de cabeça, alerta o especialista em finanças.
O CEO da Martello Educação Financeira enfatiza a importância de pagar as dívidas, mas alerta que as decisões do momento devem ser tomadas conscientemente, sem impulso, e pensadas para proporcionar segurança financeira nos meses seguintes. “Talvez a melhor estratégia não seja quitar tudo de uma vez. Afinal, se fizer isso a quantia total de dinheiro disponível vai diminuir e pior, não se sabe quanto tempo vai demorar para ter outras rendas e para que sua situação volte ao normal”, finaliza Thiago Martello.