O aumento no preço do combustível anunciado pela Petrobras na última quinta-feira, 10, foi considerado um dos mais expressivos dos últimos tempos. Desta sexta-feira, 11, em diante os postos já foram autorizados a repassar os preços devidamente reajustados pelos percentuais de 18,8% na gasolina e 24,9% no diesel.
Mas estes não foram os únicos percentuais que passaram a pesar no bolso dos consumidores, pois o gás de cozinha também teve um aumento de 16,1%. O mega aumento no preço do combustível influencia diretamente na expectativa de inflação para 2022. A consequência, caso a previsão se concretize, será a deterioração da economia do país até o final do ano.
Assim, criaria-se um ciclo vicioso onde o endividamento público e a pressão sobre o dólar e o preço dos alimentos seriam intensificados. De acordo com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o impacto do reajuste do combustível é de 1,5%. Ressaltando que o percentual não leva em consideração o efeito sobre os fretes e transportes urbanos.
Pelo contrário, a estimativa do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2022 é passar de 6,2% para 7,5%. Enquanto isso, alguns bancos já se preparam para uma taxa um pouco maior, na margem de 8,5%. Além do mais, é importante estar ciente de que o combustível não é o único insumo que tem pressionado a inflação, o cenário econômico também tem sofrido a influência da alta dos alimentos.
A tendência é para que a macroeconomia do país que tem desencadeado no encarecimento dos produtos se agrave cada vez mais com o passar do tempo, especialmente devido à alta generalizada das commodities agrícolas e metálicas.
De acordo com o analista de inflação do Ibre-FVG, André Braz, o maior impacto relacionado ao combustível está previsto para este mês de março em 1,5%, com uma possível queda posterior para 0,47%. Ainda assim, há o reconhecimento de que os índices mencionados não consideram os efeitos dos combustíveis em vários outros setores econômicos.
Desta forma, entende-se que a alta da inflação tende a exigir do Banco Central (BC) o reforço perante o aumento dos juros no decorrer de 2022, bem como a manutenção de uma taxa mais elevada até o próximo ano.