Brasil vai impor sanções à Rússia? Confira o que pensa Bolsonaro

Enquanto vários países do Ocidente se unem para impor sanções à Rússia, o presidente da República, Jair Bolsonaro, disse não acreditar na efetividade dessas medidas. Embora ele tenha dito ser a favor da paz, ele não tem se esforçado de nenhuma maneira para ajudar o país que está sob ataque há uma semana.

Pelo contrário, ele lembrou que a Ucrânia abriu mão de todo o estoque de armas nucleares na década de 1990, e agora acredita que o país precisa arcar com as consequências. Bolsonaro é um dos poucos presidentes que acreditam possuir algum argumento, ainda que mínimo, favorável ao chefe da Rússia, Vladimir Putin.

Por exemplo, Bolsonaro declarou que não estaria em posição de condenar Putin, uma vez que o líder russo o apoiou em temas relacionados à defesa soberana da Amazônia. Mesmo enquanto a Ucrânia está sob ataques expressivos e contínuos vindos da Rússia, Bolsonaro acredita fielmente que seu encontro recente com Vladimir Putin teve uma relevante colaboração neste cenário.

Vale lembrar que, antes do presidente da Rússia anunciar o início dos ataques à Ucrânia, Bolsonaro acreditava ter o poder de acabar com qualquer conflito com uma simples reunião.

Logo, não se preocupou em tomar nenhuma medida preventiva de apoio ao país sob ameaças, nem mesmo aos brasileiros que residem na Ucrânia. Enquanto isso, todas as demais nações já haviam determinado a guerra como certa.

Certo em seguir um caminho contrário, Bolsonaro menciona a importância dos fertilizantes importados da Rússia, tornando o Brasil um país dependente. Ele ainda alegou que a autonomia da Amazônia não seria mais do governo brasileiro, mas sim de um conjunto de países se não fosse o apoio de Putin.

“A gente vai construindo [relações]. Se países como EUA, França, Reino Unido querem relativizar e a Rússia não, vamos abrir mão disso? Vamos assumir o lado daqueles que querem relativizar a soberania da Amazônia?”, questionou Bolsonaro.

A declaração do presidente se relaciona ao fato de que países como os EUA, Reino Unido e União Europeia se uniram em manifestações contra a invasão da Rússia na Ucrânia. O posicionamento é o mesmo por parte do embaixador brasileiro, Ronaldo Costa Filho, que condenou os ataques russos em tribuna da Organização das Nações Unidas (ONU).

Destacando que após o empenho em dialogar com Putin, como o fez há alguns dias durante visita à Rússia, Bolsonaro afirmou não ter o que debater junto ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. “Querem que eu fale como o Zelensky. No momento não tenho o que conversar com ele”, concluiu o líder brasileiro.

Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.