Valor do Auxílio Brasil não tem poder para comprar todos os itens da cesta básica

O Auxílio Brasil, programa que irá substituir o Bolsa Família, deve começar após o fim do auxílio emergencial 2021 marcado para este mês. A ideia do governo é pagar R$ 400, em média, para mais de 16 milhões de famílias em situação de vulnerabilidade social.

Auxílio Brasil não será suficiente para comprar cesta básica nas capitais
Auxílio Brasil não será suficiente para comprar cesta básica nas capitais (Imagem: montagem/FDR)

O Auxílio Brasil deve começar no mês de novembro e deve pagar, em média, R$ 400. Além disso, irá ampliar o número de beneficiários do Bolsa Família, que hoje é de 14,6 milhões. Dessa maneira, quem já é beneficiado será remanejado para o novo programa e novos beneficiários serão contemplados.

O governo ainda está buscando recursos para bancar a nova despesa em 2022. Porém, para os dois últimos meses deste ano, serão usados recursos do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que foi aumentando temporariamente. Com isso, será possível gerar um recurso de 1,62 bilhão, voltado para o Auxílio Brasil.

Para o próximo ano, a equipe econômica do governo propôs a Reforma do Imposto de Renda e a aprovação da PEC dos Precatórios. Ambas estão em tramitação no Congresso Nacional e são essenciais para bancar o Auxílio Brasil.

Diante disso, a média de pagamento do Novo Bolsa Família ainda não foi decidido, mas deve ser entre R$ 300 e R$ 400. Essa quantia tem como objetivo ajudar as famílias em situação de pobreza e pobreza extrema a arcar com as despesas de alimentação.

Porém, o preço médio da cesta básica no mês de setembro ficou em R$ 563,74, de acordo com Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Com isso, para uma família composta por dois adultos e duas crianças a despesa com alimentação chega a ser de R$ 1.691,22.

Essa quantia é mais que quatro vezes o valor médio a ser pago no novo programa assistencial do Governo Federal. Para piorar a situação, é maior que o atual salário mínimo vigente, que já está abaixo da inflação desde quando foi definido, de R$ 1.100.

De acordo com o Dieese, a cesta mais cara foi identificada em São Paulo, custando R$ 673,45. Em segundo lugar ficou Porto Alegre com R$ 672,39, seguido por Florianópolis, R$ 662,85. As cestas básicas mais baratas estão na Região Nordeste: Aracaju (R$ 454,03), João Pessoa (R$ 476,63) e Salvador (R$ 478,86).

Glaucia AlvesGlaucia Alves
Formada em Letras-Inglês pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atuou na área acadêmica durante 8 anos. Em 2020 começou a trabalhar na equipe do FDR, produzindo conteúdo sobre finanças e carreira, onde já acumula anos de pesquisa e experiência.