O governo federal decide vender 100% dos Correios. A declaração foi feita pelo secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, ao Globo. A estatal deve ser vendida para um único comprador. O leilão está previsto para março de 2022.
De acordo com Diogo Mac Cord, a venda de controle dos Correios deve acontecer no formato de um leilão tradicional. O comprador terá direito aos ativos e passivos da companhia.
Para que o leilão ocorra no tempo previsto, será necessário o cumprimento do cronograma pelo Congresso. Nesta terça-feira (6), o presidente da Câmara, Arthur Lira, declarou que deve colocar em discussão, no plenário da Casa, o projeto que autoriza a privatização dos Correios entre julho e agosto.
A proposta, que foi enviada pelo governo em fevereiro, já teve o regime de urgência aprovado pela Câmara. Conforme o projeto, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) também passaria a regular os serviços postais.
Em entrevista ao Broadcast, do Estadão, Mac Cord alegou que — conforme os estudos sobre a desestatização — o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) concluiu que os investidores não gostariam de ter a União como acionista relevante no negócio.
Na compreensão do governo, manter uma participação nos Correios não seria positivo para o setor.
Possíveis impactos pela privatização dos Correios
Na opinião do presidente da Associação dos Profissionais dos Correios em Brasília (ADCAP), Ernatan Benevides, a privatização dos Correios resultará em aumento no preço de fretes.
Para ele, esta ação “ameaça a manutenção e continuidade dos serviços postais prestados pela ECT em todo território nacional”.
Benevides também cita que diversos trabalhadores da companhia ainda correm o risco de perder o emprego, caso a desestatização ocorra.
Por outro lado, no entendimento do ministro das Comunicações, Eduardo Faria, ao Estadão, o plano de privatização visa a oferta de “alternativas para o desenvolvimento da economia”. Além disso, ele indica o objetivo de “trazer mais eficiência no atendimento à população”.
Essa declaração aconteceu diante da inclusão dos Correios no Programa Nacional de Desestatização (PND), em 14 de abril.