Durante a campanha eleitoral, Luís Inácio Lula da Silva (PT) prometeu que o salário mínimo de 2023 teria ganho real. No governo de Jair Bolsonaro (PL) o piso federal nunca havia ficado acima da inflação, e isso foi motivo de crítica do seu adversário político. No entanto, devido ao aumento de gastos que o novo salário traria, Lula recuou e a quantia não poderá ser reajustada.
Na última quinta-feira, 12, o presidente Lula confirmou as suspeitas de que o salário mínimo de 2023 não conseguiria ser reajustado para R$ 1.320. Em dezembro o ex-presidente Jair Bolsonaro assinou uma Medida Provisória (MP) determinando que a partir de 1º de janeiro desse ano o salário aumentaria para R$ 1.302. E até então, o governo Lula não havia alterado esse valor.
Diante disso, permanece valendo a primeira proposta do governo de Bolsonaro, saindo de R$ 1.212 em 2022 para R$ 1.302 em 2023. Uma das explicações para evitar o reajuste é o aumento de gastos. Para a quantia de R$ 1.320 havia sido reservado no orçamento desse ano mais R$ 6,6 bilhões, além dos R$ 6 bilhões que já estavam previstos para o reajuste do piso.
Acontece que o número de aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), subiu mais que o esperado no último ano, logo mais pessoas receberão recursos do governo. Com isso, a quantia reservada para pagar o salário mínimo de 2023 não seria suficiente e extrapolaria a reserva do governo.
Quem é culpado pela falta de reajuste no salário mínimo de 2023?
Quando anunciou que o valor do salário mínimo de 2023 não seria alterado, Lula culpou o mercado financeiro. Em café da manhã oferecido aos jornalistas, o presidente fez fortes críticas aos operadores, e garantiu que haverá uma cobrança maior de impostos para os mais ricos.
“Se eu compro comida é gasto, se compro para o pobre é gasto, se coloco dinheiro na saúde é gasto, na educação é gasto. A única coisa que não é tratada como gasto neste país é o dinheiro que a gente paga de juros para o sistema financeiro“, completou o presidente em referência ao mercado.