Nesta quarta-feira (3), por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar a taxa Selic para 13,75%. Esta taxa serve de parâmetro para outras taxas de juros da economia. Como resultado, os juros de empréstimos e financiamentos passam a ficar mais caros.
Atualmente, a taxa Selic está no maior patamar desde novembro de 2016, quando tinha chegado a 14% ao ano. O Banco Central vem aumentando a taxa básica de juros desde março do ano passado. Com isso, o cenário vem sendo mais difícil para quem toma empréstimos e financiamentos.
Apesar disso, o Comitê informou que o Banco Central optou por não encerrar o ciclo de aumento da taxa Selic na reunião desta semana. Isso por conta dos riscos de que a inflação continua acima das previsões em prazos mais longos.
Ao reajustar a Selic, a autoridade monetária visa controlar a inflação, que está acima de dois dígitos no acumulado nos últimos 12 meses. O valor supera a meta de inflação para este ano, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2022, o centro da meta é de 3,5%, podendo oscilar entre 2% e 5%.
A próxima reunião do Copom acontecerá no fim de setembro. Em comunicado, o Comitê alegou que “avaliará a necessidade de um reajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião”.
Empréstimos e financiamentos ficarão mais caros com alta da Selic
A Selic serve como referência para os demais juros cobrados no país. Devido a isso, para estabelecer as taxas a serem cobradas em empréstimos e financiamentos, os bancos usam a taxa Selic como base.
Consequentemente, quando a taxa básica de juros está alta, as instituições financeiras repassam o reajuste aos clientes — e os juros nessas operações de crédito ficam maiores. O cenário oposto também acontece.
Como a Selic funciona na prática
Quando o Banco Central aumenta a taxa básica de juros, os juros cobrados em empréstimos e financiamentos ficam mais caros. Isso desestimula o consumo — e favorece a queda da inflação.
Já quando os juros caem, fica mais barato tomar dinheiro emprestado, pois os juros cobrados nessas operações ficam menores. Consequentemente, passa a haver estímulo para o consumo.