Empréstimo do Auxílio Brasil pode NÃO ser uma boa opção; entenda o motivo

O empréstimo consignado para os beneficiários do Auxílio Brasil já foi aprovado no Congresso Nacional. Agora, aguarda a sanção presidencial. Porém, será que a linha de crédito será boa para os brasileiros.

Empréstimo do Auxílio Brasil pode NÃO ser uma boa opção; entenda o motivo
Empréstimo do Auxílio Brasil pode NÃO ser uma boa opção; entenda o motivo (Imagem: FDR)

O Auxílio Brasil substitui o Bolsa Família e trouxe diversas mudanças, além do nome. A última novidade é o empréstimo consignado para os beneficiários. Esse aguarda a sanção do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Com a linha de crédito, os beneficiários poderão usar o dinheiro para dar início a um empreendimento. Essa é a sugestão do governo que pretende incentivar a independência financeira.

Porém, nada limita a contratação e, portanto, os beneficiários poderão usar o dinheiro para outro fim. Nesse caso, a liberação da linha de crédito não deve trazer mudanças e apenas contribuir para o endividamento.

O empréstimo, assim como qualquer outro consignado, terá as parcelas descontadas diretamente no benefício. Com isso, o risco de inadimplência é menor, gerando taxas de juros mais atrativas.

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Taxas de juros do empréstimo consignado do Auxílio Brasil

Mesmo se tratando de um consignado, as estimativas é que os juros a serem cobrados nessa modalidade devem chegar a 79% ao ano. Em comparação, as taxas consignadas para aposentados pensionistas do INSS variam de 20% a 30%.

Sendo assim, é duas vezes maior que a taxa Selic, taxa de referência da economia. Esse cenário é devido às incertezas do programa, como valor do benefício e permanência das famílias.

Atualmente, o valor pago no Auxílio é de R$ 600. Porém, esse valor só será repassado até o fim deste ano. Assim, a partir de 2023 os valores devem voltar a ser R$ 400 ou até menos, como era pago.

Críticas ao empréstimo do Auxílio Brasil

Os juros altos são um grande problema, principalmente para aqueles que não possuem outras fontes de renda, além de benefícios assistenciais. Para piorar, essa parcela da população não possui grandes expectativas de ingressarem no mercado de trabalho.

Com isso, apenas o benefício será usado para o pagamento da dívida. O que é importante salientar é que essas famílias, em situação de vulnerabilidade social, dependem dos auxílios para necessidades básicas.

Mesmo diante de tudo isso, a falta de instrução pode levar os beneficiários a contratarem o empréstimo. Segundo o Banco Central, em seu relatório de Cidadania Financeira, os produtos financeiros para os mais pobres precisam vir acompanhados de esclarecimento.

Glaucia Alves
Formada em Letras-Inglês pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atuou na área acadêmica durante 8 anos. Em 2020 começou a trabalhar na equipe do FDR, produzindo conteúdo sobre finanças e carreira, onde já acumula anos de pesquisa e experiência.
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