As eleições podem ser definidas pelo bolso dos eleitores. Em meio a crise que afeta principalmente a camada pobre da população, pré-candidatos focam em montar estratégias para conquistar o voto do eleitorado, considerando o que pesa para o cidadão na hora de decidir qual número apertar na urna.
O voto econômico é um clássico presente em eleições. Em momentos de crise, a maneira de decidir o voto se mostra como uma opção ainda mais acatada entre os eleitores e para outubro o cenário que se desenha já aponta a relevância do quesito.
Economia é fator determinante na hora de decidir o voto para grande parte dos eleitores
A alta da inflação pesou no bolso dos eleitores de norte a sul do país e com isso, o cidadão brasileiro passou a ter menos poder de compra, aumento do endividamento e consequentemente menos condições de arcar com as despesas básicas.
Em recente pesquisa feita pela Genial/Quaest, 44% dos entrevistados consideram que desde março a economia é tida como o principal problema do Brasil. Os respondentes também apontam que as preocupações ligadas ao setor econômico envolvem crise geral, inflação e desemprego. Para 64%, a situação econômica piorou no último ano. E 54% dizem que a própria capacidade de quitar as contas também foi prejudicada.
Dados de pesquisa realizada pelo Datafolha em junho, mostram que diante da desaceleração da escalada da inflação e recuperação no índice de desemprego, 33% acreditam na melhora da economia, enquanto 34% acreditam que a situação deve piorar. Os números parecem bastante próximos.
No entanto, os dados recolhidos se mostram preocupantes quando as perguntas vão mais a fundo. Para 26% dos entrevistados, a quantidade de comida em suas residências é insuficiente. Já 63% revela ainda que a renda da família não tem dado conta de suprir as despesas da casa.
Economia pesa para o eleitor brasileiro
Mediante os resultados das pesquisas que apontam a insatisfação e vulnerabilidade econômica na qual se encontra grande parte do eleitorado, candidatos buscam traçar estratégias já nas pré-campanhas que conversem com o esperado pelo eleitorado.
Ainda de acordo com as pesquisas citadas anteriormente, 77% dos entrevistados pelo Datafolha afirmam que a economia nacional influencia seu voto para presidente em algum grau. Já na Genial/Quaest, 59% apontaram que seu voto é bastante influenciado pela economia atual.
Enquanto a insatisfação beneficia no cenário presidencial o pré-candidato Lula (PT) que lidera a maioria das pesquisas de intenção de voto, o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), tenta nos últimos meses antes das eleições reverter a imagem negativa que a situação econômica cria de seu mandato.