ELEIÇÕES: preferência por LULA ou BOLSONARO é determinada pela RENDA dos eleitores

Pontos-chave
  • Datafolha realizou uma pesquisa que descreve a preferência eleitoral da população;
  • Entrevistados de baixa renda e o super ricos têm preferências distintas;
  • Foram mais de 2,5 mil entrevistados no mês de junho.

Entre os dias 22 e 23 de junho, o Instituto Datafolha ouviu 2,5 mil eleitores em todo Brasil. A pesquisa conseguiu descrever o perfil econômico daqueles que preferem a reeleição de Jair Bolsonaro (PL), ou a volta de Lula (PT) para cadeira de presidência do país. Os dados trazem diversas informações.

ELEIÇÕES: preferência por LULA ou BOLSONARO é determinada pela RENDA dos eleitores
ELEIÇÕES: preferência por LULA ou BOLSONARO é determinada pela RENDA dos eleitores (Imagem: FDR)

De acordo com a pesquisa, Lula tem ampla vantagem contra Bolsonaro quando analisada a preferência dos eleitores de baixa renda. Enquanto isso, nos entrevistados mais ricos e que possuem fonte segura de renda, Bolsonaro tem a maioria dos eleitores.

Na população em geral, isto é, sem considerar a renda, Lula tem 47% das intenções de votos, enquanto Bolsonaro possuí 28% da preferência de toda população entrevistada.

Algumas situações podem explicar esse resultado. Lula foi presidente do país quando criado o Bolsa Família, que garantia renda mensal para famílias vulneráveis. Além de programas que facilitaram o acesso dos mais pobres à universidade.

Em 2014, no governo de Dilma Rousseff (PT), o país também deixou de participar do mapa da fome. Quando menos de 5% da população se apresentava na condição de subalimentados.

Nos últimos anos, durante o governo Bolsonaro, a alta do dólar favoreceu grandes empresas que fazem exportação de produtos. Tornando mais vantajosa a venda para compradores fora do país.

Além disso, como já possuí uma fonte de renda e condição de vida confortável, as pessoas mais ricas têm menos chances de sofrer com os impactos da alta de preços.

Preferência de votos entre Lula e Bolsonaro

Conforme informou a pesquisa do Datafolha, a diferença entre o público que elegeria Lula e Bolsonaro está relacionada também com a renda. Confira abaixo as preferência baseados nesta característica. As informações valem para 1° turno.

Intenções de votos para vulneráveis:

  • Lula (PT): 57% das intenções;
  • Jair Bolsonaro (PL): 19% das intenções.

Estes são 37% dos eleitores, pessoas que possuem renda instável. Por exemplo, donas de casa ou desempregados que não procuram ocupação.

Intenções de votos para resilientes:

  • Lula (PT): 52% das intenções;
  • Jair Bolsonaro (PL): 21% das intenções.

Total de 17% dos eleitores, inclusas pessoas que possuem renda mensal de até dois salários mínimos.

Intenções de votos para amparados:

  • Lula (PT): 42% das intenções;
  • Jair Bolsonaro (PL): 37% das intenções.

Trata-se de 18% da população, estes possuem renda instável, mas não alta. Eles disseram ainda que em um possível segundo turno contra Bolsonaro, votariam em Ciro Gomes (PDT).

Intenções de votos para superseguros:

  • Jair Bolsonaro (PL): 42% das intenções;
  • Lula (PT): 30% das intenções.

Representam 8% dos entrevistados.

Desafios de Bolsonaro para as eleições 2022

O atual presidente da República tem um desafio certo para resolver: aumentar sua popularidade entre os mais pobres. A mesma pesquisa mostrou que dos entrevistados mais vulneráveis, 61% disseram que não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro. 

Pensando nisso, e na esperança de aumentar sua vantagem frente à Lula, a equipe bolsonarista defende a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) n° 11/2022. Ela foi chamada de PEC das bondades, dos benefícios, kamikaze ou eleitoreira.

O objetivo é criar benefícios sociais, e turbinar outros já existentes, a um custo de R$ 41,2 bilhões neste ano. O valor fica fora do teto de gastos. Entre as medidas inclusas na PEC, está, por exemplo o aumento de R$ 200 no valor do Auxílio Brasil.

Eleitores contra Lula

A pesquisa mostra que no grupo dos superseguros, 59% afirmou que não votaria em Lula em nenhuma hipótese. Entre o grupo que se enquadra como seguros, com renda familiar de até cinco salários mínimos, 47% rejeitam a candidatura do ex-presidente.

O PT e aliados têm buscado reuniões e encontros com empresários e autônomos. O objetivo é justamente estreitar os laços com esse público, e buscar maior apoio.

Terceira via

Há outras opções de candidatos à presidência da República que não Lula e Bolsonaro. A terceira colocação nas pesquisas fica por conta de Ciro Gomes, que tem ocupado essa posição na grande maioria das pesquisas.

No entanto, Simone Tebet (MDB) não é conhecida por 86% dos entrevistados vulneráveis.

Espera-se que com o início da campanha eleitoral nos canais de comunicação, estes nomes poderão ser mais vistos e conhecidos entre a população.

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Lila Cunha
Autora é jornalista e atua na profissão desde 2013. Apaixonada pela área de comunicação e do universo audiovisual. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: [email protected]