Aqueles investidores que procuram uma renda mensal e que querem assegurar a proteção do patrimônio diante da inflação, deveriam começar a olhar para uma categoria de ativos, que possui risco moderado e que vem se destacando recentemente: FI-Infra, ou Fundos Incentivados de Investimento em Infraestrutura.
Estes ativos permitem que o investidor tenha acesso a uma cesta de debêntures incentivadas, através da compra de cotas na Bolsa.
De maneira simples, debêntures incentivadas são títulos de dívida, através dos quais os investidores emprestam seu dinheiro para custear projetos de infraestrutura no País. Sendo assim, o investidor “cede”seu dinheiro para empresas de setores como energia, saneamento básico, rodovias,, transporte, e muito mais e ganha uma remuneração em troca.
Em grande parte dos casos, esta remuneração é umas taxa fixa de juros acrescida da variação do IPCA. Geralmente, os rendimentos oriundos de debêntures são semestrais. Como estes são investimentos que ajudam na infraestrutura do país, eles são isentos de tributação do Imposto de Renda.
Um empecilho é que nem sempre é tarefa fácil adquirir uma debênture ou formar uma carteira com diversas delas. Seus valores geralmente são mais altos, se aproximando dos R$1.000 por título e conseguir uma diversificação demanda uma boa quantia de capital. Os FI-Infra apareceram justamente como uma alternativa para trazer este tipo de investimento para mais perto das pessoas físicas.
A assessora de investimentos e sócia no escritório RV4 Investimentos, Luciana Ikedo, disse ao InfoMoney que os FI-Infra são formados como condomínios fechados. Isto quer dizer que não é possível resgatar as cotas e para conseguir se desfazer do investimento, é necessário vender as cotas no mercado secundário.
Ela diz ainda que as debêntures de infraestrutura devem responder por no mínimo 85% do fundo. Os outros 15% podem ser alocados em CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), FIDCs (Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios) ou mantidos em caixa.
Mesmo que os FI-Infra tenham aparecido em 2019, foi somente a partir de junho de 2020 que eles começaram a ser listados na B3. Neste momento existem somente nove negociados na Bolsa, dos quais oito estão a disposição de pessoas físicas e o outro é destinado apenas para investidores qualificados, que são aqueles com R$ 1 milhão ou mais investidos.