Dívidas ou Reserva de Emergência: Qual devo priorizar?

Uma das maiores dúvidas no mundo das finanças: Você fez as contas do mês e percebeu que terá uma grana disponível, um valor sobrando, por você ter economizado ou por ter recebido um valor de férias, restituição de IR e etc.

E aí bate aquela dúvida: O que é mais vantajoso? Investir ou pagar as dívidas? Vou te apresentar alguns cenários e um deles pode ser o seu: 

Cenário 1: Se eu estiver em dia com as minhas dívidas

Se você está conseguindo fazer os pagamentos das dívidas que possui no cartão de crédito, financiamento ou empréstimo é um bom sinal, mas neste caso é preciso avaliar que o adiantamento de pagamentos futuros ou a liquidação do contrato, somente valerá a pena se houver desconto por efetuá-lo.

Normalmente as linhas de financiamento e crédito possibilitam o abatimento dos juros futuros, gerando assim um desconto. Neste caso é importante pedir uma simulação da antecipação ou liquidação do contrato a Instituição Financeira – dessa forma você saberá qual será o desconto aplicado. 

Em caso de antecipação de parcelas, sempre opte por pagar o contrato de trás para frente, ou seja das parcelas finais para as primeiras – dessa forma o seu desconto será sempre maior.

 Já as compras feitas no cartão de crédito não costumam ter abatimento em caso de antecipação ou liquidação, nesse caso é melhor pegar o recurso e investir.

Entretanto, existem pessoas que não ficam sossegadas enquanto não terminam de pagar as compras parceladas, mas veja que caso não tenha nenhum desconto, é mais inteligente você investir o dinheiro, principalmente se você não tiver uma reserva de emergência.

Afinal, se alguma coisa vier a acontecer: carro quebrado, doença, familiar em apuros – você terá sua reserva de emergência para ajudar e não precisará recorrer ao banco.

Cenário 2: Se eu estiver em atraso (pagamentos em atraso por até 90 dias)

Neste caso, o ideal é pagar o que estiver em aberto, pois os juros compostos podem virar uma bola de neve, então use esse recurso para fazer o pagamento. E assim, com o contrato em dia você irá enquadrar no Caso 1.

Como indicado acima, procure antes a sua Instituição Financeira para que eles façam uma simulação.

Cenário 3: Se eu estiver inadimplente (pagamentos em atraso a mais de 90 dias)

Neste caso depende do momento econômico do país:

1) Taxa Selic Alta (o que vivemos neste momento em 2022): Neste caso, mesmo que o retorno dos investimentos de renda fixa estejam atraentes devido a alta da Selic, os juros e o custo do dinheiro estarão elevados – isso significa que pegar dinheiro emprestado ficou mais caro, então o melhor a ser feito é negociar junto a Instituição Financeira uma forma de parcelar novamente ou quitar a dívida.

E isso é independente de você possuir ou não investimentos, neste caso dificilmente algum ativo renderá mais em valores do que o juros acumulados na dívida.

  • Quero frisar aqui que caso você tenha recebido um dinheiro, mas está sem renda ou precisando do valor para comprar itens básicos de alimentação, saúde, pagar contas de consumo de água, luz, telefone ou gás – deixe a dívida para outro momento, primeiro é preciso garantir sua sobrevivência.

2) Taxa Selic baixa: Neste caso os rendimentos dos investimentos de renda fixa atrelados à Selic como CDB/LCI/LCA, estarão rendendo menos do que no cenário de alta da Selic, e consequentemente o custo do dinheiro, ou seja o preço a se pagar por pegar um empréstimo ou financiamento estará mais barato.

Neste caso pode ser interessante negociar a dívida de empréstimo e financiamento para liquidar por um desconto muito bom (nessas épocas é quando normalmente ocorrem os feirões de renegociação).

Caso não seja possível um desconto vantajoso, o indicado é apenas re-parcelar a dívida e se possível investir o restante criando a Reserva de Emergência ou Investindo em produtos que estejam rendendo mais que a renda fixa.

Mas caso a dívida seja cartão de crédito opte sempre por renegociar ou liquidar, essa modalidade de produto financeiro tem as taxas mais altas,  independente da Taxa Selic.

Cenário 4: Sou uma pessoa com comportamentos financeiros ruins

Se você tem como padrão entrar em dívidas e tiver essa sobra de dinheiro, use esse valor para:

  1. Liquidar ou antecipar suas dívidas;
  2. Investir na sua saúde financeira, contratando um acompanhamento profissional financeiro e/ou psicológico.

Dessa forma você será melhor orientado e poderá sanar o mal pela raíz, podendo assim no futuro ter uma vida financeira mais tranquila.

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Bruna Cordeiro
Bruna Cordeiro é Palestrante e Consultora de Finanças, possui a Certificação Profissional ANBIMA Série 20, destinada a distribuição de Investimentos, Produtos e Serviços Financeiros. Tem como propósito mudar a vida das pessoas através da Educação Financeira.