Especialista explica como usar o CARTÃO DE CRÉDITO para acabar com suas DÍVIDAS

Cada vez mais o cartão de crédito passa a fazer parte do planejamento financeiro dos brasileiros. Com o país em crise, tem sido necessário recorrer ao parcelamento de despesas básicas como a feira mensal ou contas de casa. Abaixo, veja uma entrevista exclusiva com uma especialista que te orienta sobre como controlar o seu orçamento. Acompanhe.

Diante do atual cenário de crise e inflação, o cartão de crédito passou a ser um grande amigo do cidadão Enquanto alguns privilegiados esbanjam uma parcela de R$ 400 mil, há aqueles em vulnerabilidade que usam o pequeno limite de R$ 500 para comprar alimentos.

A verdade é que o uso do cartão de crédito, assim como a educação financeira, é um assunto pouco debatido entre os trabalhadores. No entanto, quando utilizado de forma descontrolada tende a ampliar ainda mais as dívidas do titular.

Abaixo, confira uma entrevista exclusiva com a contadora e professora de contabilidade da C.H.i. Cursos, Antonia Jairi Brito. Ela explica como utilizar o cartão de crédito de forma segura e tirar o seu nome das margens negativas. Acompanhe:

Em que situação recomenda-se o uso do cartão de crédito?

Na história, o cartão de crédito surge como solução para o imprevisto de um cliente que ao esquecer o talão de cheques e não ter dinheiro para pagar um jantar, assina uma fatura constando as despesas e tem autorização para pagar depois. Hoje o cartão de crédito tem a mesma finalidade, substituir a forma de pagamento à vista.

No entanto, tanto no primeiro momento quanto hoje, a regra é a mesma, você vai ter que pagar esta dívida.  E é nesta hora que as pessoas se perdem no uso do cartão de crédito, esquecendo o básico: um dia conta chega. Por isso, a recomendação para o uso do cartão de crédito é sempre ter um planejamento financeiro para este gasto. Porque você não fica sem pagar, apenas transfere este pagamento para uma data futura. E até nesta hora é importante ter um planejamento e você deve se perguntar “terei dinheiro nesta data para pagar a fatura?”.

Muitas vezes, adiar a compra alguns dias já é uma forma de fazer planejamento do uso do cartão de crédito.

Como estipular um limite mensal de gastos no cartão?

Sempre que for usar o cartão, tenha em mente o montante geral dos seus gastos, quer os que serão pagos à vista ou os parcelados, pagos com dinheiro ou com o cartão de crédito.

E é nesta hora que você deve determinar um limite para o uso do cartão de crédito, afinal ele não será o único gasto a ser pago.

Alguns bancos permitem que o ajuste do limite do cartão de crédito seja feito pelo próprio cliente, de forma que ele possa realizar um planejamento do uso deste cartão determinando o gasto a ser feito com o cartão.

Mas mesmo que isso não aconteça com o seu cartão, vale a pena determinar um limite de gastos com o cartão de crédito. Isso faz com que você não comprometa a sua renda e entre para o endividamento.

E que limite é este? Como regra geral, é recomendado não comprometer 30% da sua renda com todos os gastos, considerando, inclusive o cartão de crédito.

Para quem está endividado, o cartão de crédito pode ser uma boa opção para manutenção das despesas, quais são as opções para resolução deste problema?

A dívida do cartão de crédito não é boa e isso é fato.  Os juros são caros para esta modalidade de crédito, e por isso, a grande maioria dos endividados entrou nesta situação tendo o cartão de crédito como porta de entrada ou o cartão de crédito é uma das suas maiores dívidas.

E, para quem está endividado, mas ainda tem limite no cartão, recorrer ao cartão de crédito para equilibrar as finanças é como usar álcool para apagar um incêndio. Ou seja, só vai piorar a situação de quem está com problemas.

Se a pessoa não consegue pagar determinada despesa e usa o cartão de crédito para quitar esta despesa porque sabe que não vai pagar aquele valor integral, ela só piora a sua situação. Porque o valor agora será acrescido dos juros do cartão de crédito, considerado os mais abusivos entre as linhas de crédito.

Minha fatura do cartão de crédito veio com um valor que não posso pagar, quais são as opções para resolução deste problema?

Muitas consideram o cartão de crédito como uma ferramenta de controle de despesas, centralizando tudo e pagando como dá.

Mas o cartão de crédito é, na verdade, uma forma de pagamento. Por isso, na data do vencimento, as despesas constantes na fatura do cartão devem ser quitadas na sua totalidade. Porque se isso não ocorre, começa uma bola de neve que resulta, normalmente, no endividamento, porque no mês seguinte vêm as despesas do mês + as despesas não pagas + juros das despesas não pagas.

Existe negociação e parcelamento para a fatura do cartão de crédito? Como funciona?

No vencimento do cartão de crédito todas as despesas são cobradas. Se a pessoa não tem como pagar o valor integral ela tem duas opções, pagar uma parte e deixar o resto para depois, chamada de rotativo, ou optar pelo parcelamento da fatura.

Normalmente a pessoa com problemas financeiros opta pelo pagamento mínimo, imaginando que no mês seguinte conseguirá solucionar essa deficiência financeira. No entanto, nesta modalidade de rotativo, as dívidas que estão programadas para o próximo mês e nos demais que virão nas suas respectivas faturas. E, sem previsão de recebimentos, optar pelo pagamento rotativo pode aumentar ainda mais o descontrole financeiro.

O parcelamento da fatura não é a melhor solução, mas entre rotativo e parcelamento, a opção de parcelamento tende a dar a pessoa endividada uma possibilidade de repensar os seus gastos de forma mais consciente.

Mas só funciona se a pessoa parar, analisar os gastos futuros e encontrar um valor que realmente possa pagar no mês seguinte, sem esquecer as despesas que ainda virão no vencimento do cartão.

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Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.