Recentemente, alguns países da América Latina vêm enfrentando grandes dificuldades. No Chile, a desvalorização do peso chileno, o mercado já observa crise cambial local, segundo apurado pela Bloomberg. Desde o começo de junho, a moeda perdeu mais de um quinto de seu valor.
Desde o início de junho, a moeda do Chile tem apresentado repetidas baixas históricas. A crise atual ocorre em meio ao fortalecimento do dólar, queda dos preços do cobre, além de temores de uma nova Constituição.
O Chile é o maior produtor de cobre global. Atualmente, as cotações do cobre estão no menor nível dos últimos 20 anos. A queda da moeda local preocupa porque pode tornar a escalada da inflação ainda maior.
No acumulado em 12 meses até junho, o aumento dos preços chegou a 12,5%. Este foi o maior patamar desde 1994. O indicador ainda está muito acima da meta definida pelo governo, de 3%.
Banco central do Chile adota medidas para conter crise cambial
À Bloomberg, o chefe de estratégia de mercados emergentes da MatWest Markets, Alvaro Vivanco, afirma que existe uma completa crise cambial ocorrendo no Chile.
O especialista alega que o banco central chileno se preocupava com o crescimento, “uma crise cambial é a pior coisa para o crescimento”.
Em meio à desvalorização do peso chileno, o governo local comunicou, na última quinta-feira (14), que realizará uma intervenção no mercado de câmbio do país.
Até setembro, o governo do Chile injetará US$ 25 bilhões no sistema financeiro. Esse programa prevê a venda direta de até US$ 10 bilhões das reservas internacionais do país. Também está prevista a oferta de contratos futuros de câmbio.
Há a previsão de volume diário de negociações com peso no mercado à vista de US$ 1 bilhão a US$ 2 bilhões. No entendimento de analistas apurados pelo Globo, essa medida do governo é uma intervenção de porte razoável.
Essa decisão do governo ocorre após a moeda local cair 4% no dia anterior. O mercado reagiu negativamente ao aumento dos juros promovido pelo banco central do Chileno — considerando o reajuste como insuficiente.
Na última quarta-feira (14), a autoridade monetária elevou os juros em 0,75 ponto percentual, para 9,25% ao ano. Com isso, o indicador chegou ao maior nível desde 1998.