Nesta quinta-feira (14), a agência de classificação de risco Fitch Ratings informou que mudou a perspectiva do Brasil. A avaliação melhorou de negativa para estável. A instituição manteve a nota de crédito do país em “BB-“ (ainda em grau especulativo).
A nota de crédito atribuída ao Brasil está no chamado grau especulativo (abaixo do grau de investimento). Assim como a Fitch Ratings, a S&P também mantém o país no rating “BB-“. A Moody’s também confere classificação similar, com nota “Ba2”.
Segundo a agência de classificação de risco Fitch, a revisão da perspectiva para o Brasil tem relação com a evolução melhor que a prevista das finanças públicas. isso em meio aos choques sucessivos nos anos recentes — desde que foi atribuída a avaliação negativa em maio de 2020.
A Fitch declara que, no ano passado, o Brasil teve seu primeiro superávit fiscal desde 2013. Houve “desempenho superior das receitas e o comprometimento das autoridades em retirar os estímulos implementados durante a pandemia”.
A agência revela que “a dinâmica de crescimento no curto prazo superou as expectativas anteriores da Fitch, e o progresso incremental nas reformas poderia beneficiar as perspectivas de investimento de médio prazo”.
A Fitch ainda alega que “o decisivo aperto da política monetária pelo Banco Central, apoiado por sua nova autonomia formal, reforçou seu comprometimento em combater a inflação”.
De qualquer modo, a Fitch destaca a continuidade dos desafios fiscais e de crescimento. Diante das eleições 2022, ainda há mais incertezas sobre como será endereçado isso.
Apesar disso, a agência informa que esses desafios já estão inseridos no rating do Brasil. Depois do período eleitoral, a instituição prevê grande prosseguimento da política macroeconômica.
Suportes das classificações do Brasil
Os ratings são suportados por sua grande e diversificada economia, robustas reservas internacionais, relativamente alta renda per capita e capacidade de absorver choques externos sustentado por sua taxa de câmbio flexível, profundo mercado de dívida local e status de credor externo líquido soberano.
Contudo, como contrabalanço, a agência cita as grandes necessidades de financiamento e endividamento do governo, fraca capacidade de crescimento, fraca estrutura fiscal e um difícil panorama político. Isso que dificulta a previsibilidade das políticas e o oportuno progresso das reformas.