- O número de inadimplentes aumentou em 4 milhões em um ano;
- O maior volume de dívidas está no setor de bancos e cartões;
- As dívidas podem ser negociadas por meio de um planejamento.
O Brasil registrou novo recorde de inadimplência. Em maio deste ano, o número de endividados aumentou para 66,6 milhões. Este é o maior número desde 2016, começo da série histórica. Os dados são do Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor, divulgados nesta segunda-feira (11).
Em comparação a maio do ano passado, o nível de inadimplência aumentou em 4 milhões de endividados. Já desde o início deste ano, o número de CPFs negativados elevou em 1,8 milhões de brasileiros.
No levantamento recente, o total das dívidas chega a R$ 278,3 bilhões. Isso representa uma média de R$ 4.179,50 por dívida. Esse aumento acontece em meio ao panorama atual de juros e inflação altos. A atividade econômica vem apresentando dificuldades para prosseguir.
Ao analisar os estados do país, São Paulo tem o maior número de inadimplentes (15,6 milhões). Logo após, aparecem Rio de Janeiro (6,7 milhões), Minas Gerais (6,3 milhões), Bahia (4,1 milhões) e Paraná (3,5 milhões). Na outra ponta, o estado com menos endividados é Roraima (218,9 mil).
Inadimplência por segmento
O maior volume de dívidas dos consumidores se concentra no segmento de bancos e cartões, com 28,2%. Logo após, aparece o setor de contas básicas (água, luz e gás), com 22,7%. Na terceira posição, ficam os segmentos de varejo e empresas de financiamento, com 12,5% cada um.
Segundo o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, já era esperado o aumento da inadimplência. Apesar disso, ele destaca ser possível melhorar a situação.
Ele declara que os consumidores devem continuar se organizando financeiramente e usando ferramentas disponíveis — como o saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) — para buscar tirar o nome do vermelho.
Dicas para negociar as dívidas
A inadimplência é um problema que muitos brasileiros passam ou já passaram. Segundo a Serasa. Para negociar as dívidas, o primeiro passo é fazer listas. Elas são essenciais para o consumidor reorganizar seu orçamento.
Estas são algumas listas que o cidadão pode fazer para começar a negociar dívidas e reequilibrar as finanças:
- Liste todas as dívidas em cartões de crédito, empréstimo, financiamento, carnês, boleto e cheque especial.
- Crie uma tabela com seu orçamento mensal, ou seja, tu do o que entra e sai da conta bancária.
- Faça uma lista de cortes que podem ser realizados no seu orçamento com o auxílio de toda a família.
- Liste ideias para gerar renda extra. Busque o que pode ser realizado para complementar o seu orçamento.
- Liste tudo o que pode ser vendidos, como itens que não são mais usados.
Para sair das dívidas, é necessário saber quanto poderá pagar. Estabeleça uma quantia limite para negociar — e não assuma um compromisso com o qual não poderá arcar.
A pessoa inadimplente também precisa considerar os imprevistos. Geralmente, as pessoas acreditam no melhor cenário, e não preveem um ‘plano B” para cobrir possíveis imprevistos — como perda de emprego, doenças familiares e consertos de aparelhos.
Quando for planejar o pagamento de dívidas, a pessoa deve reservar uma quantia mensal para cobrir eventuais imprevistos. O cidadão precisa ser cauteloso e se prevenir de novas dívidas desnecessárias. Com tudo isso no papel, chegou a hora de negociar.
Estabeleça uma estratégia de negociação das dívidas
Antes de realizar a negociação com o credor, o inadimplente deve pensar nos argumentos que apresentará. Para isso, vale levar todos os documentos que comprovarão sua capacidade de pagamento.
Diante disso, o cidadão pode elaborar uma lista de perguntas a serem feitas antes de assinar a negociação. Por exemplo:
- Em percentual, qual será o desconto sobre a dívida total?
- Caso pague à vista, posso ter direito a um desconto maior?
- Se parcelar, quais serão os juros?
- Após o pagamento, em quanto tempo terei meu nome limpo?
- Quando pagar, eu receberei uma carta de quitação?
Caso ainda reste alguma dúvida, a pessoa não pode decidir por impulso. Neste caso, o cidadão deve solicitar para que seja feita a proposta de negociação por escrito.
O inadimplente pode levar esse documento para casar, conversar com os familiares e voltar, posteriormente, com uma contraproposta. Ou, caso exista concordância, basta retornar para assinar o contrato de negociação.