Preço do petróleo pode disparar se isto acontecer

A guerra na Ucrânia está trazendo consequências para todo o mundo, especialmente através da oscilação nos preços de commodities essenciais, como o petróleo. O produto se valorizou bastante após o início do conflito e das sanções aplicadas por países ocidentais contra a Rússia, mas pode ficar ainda mais caro com os acontecimentos mais recentes.

No dia 26 de junho, os líderes do G7, grupo que reúne Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá, se reuniram em Schloss Elmau, cidade no estado alemão da Baviera, para discutir interesses mútuos, entre eles, obviamente, ações a respeito da guerra e dos seus impactos na economia mundial.

Após o encontro, foi emitido um comunicado com as principais decisões tomadas pelo grupo, destacando-se a decisão de considerar a criação de um limite de US$ 50 (R$ 265) a US$ 60 (R$ 318) para o petróleo comprado da Rússia.

O petróleo tem sido um fator-chave em torno da guerra na Ucrânia. A Rússia é o maior exportador da commoditie no mundo e continua realizando as suas vendas para a maior parte das empresas ocidentais, apesar de entraves pontuais, devido às sanções.

Seja como for, a ameaça de que o petróleo russo seja sancionado ou impactos na sua comercialização, causados pelas sanções já existentes (as vendas para os Estados Unidos, por exemplo, foram proibidas ainda em março), estão fazendo o preço do produto subir nos mercados internacionais, o que tem um duplo efeito.

Por um lado, a Rússia é beneficiada pelo aumento no valor das exportações e no ingresso de recursos externos, que fizeram a sua moeda, o rublo, se valorizar para o maior nível em sete anos e anularam a maior parte do efeito que as sanções punitivas do Ocidente teriam no curto-prazo.

O PIB russo, inclusive, cresceu 3,5% no primeiro trimestre de 2022, graças, justamente, à valorização dos hidrocarbonetos que o país exporta, o que também inclui o gás natural vendido para a Europa.

Por outro lado, o aumento de preço do petróleo está afetando pessoas comuns em todo o mundo, que sofrem com os aumentos nos custos de combustíveis, do gás de cozinha, dos transportes, da energia e de todos os outros produtos e serviços que têm seu preço ligado à cotação do petróleo.

Barril de petróleo a US$ 380?

A decisão do G7, portanto, seria uma tentativa de limitar os lucros da Rússia e de reduzir a inflação global. Mas alguns analistas acreditam que o tiro pode sair pela culatra, já que Moscou pode não aceitar a imposição de um limite de preço para sua mercadoria e retaliar reduzindo a quantidade de barris exportados.

Essa visão foi compartilhada pelo banco americano JP Morgan, que na última sexta-feira (1º) emitiu uma nota afirmando que o petróleo do tipo Brent (o mais comum) pode chegar a US$ 380 dólares o barril, caso o teto de preço seja realmente implementado. O produto terminou a terça-feira (5) cotado a US$ 103, devido aos temores de uma recessão global.

O JP Morgan acredita que a Rússia pode reduzir sua produção sem grandes impactos para si no curto prazo, mas levando a uma valorização no mercado global que seria “catastrófica”.

“Dado o alto nível de estresse no mercado de petróleo, um corte de três milhões de bpd poderia fazer com que o preço global do Brent saltasse para US$ 190 (R$ 1.009) por barril, enquanto no pior cenário, um corte de cinco milhões de bpd poderia levar o preço do petróleo a estratosféricos US$ 380 o barril”, diz a nota da instituição.

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Amaury NogueiraAmaury Nogueira
Nascido em Manga, norte de Minas Gerais, mora em Belo Horizonte há quase 10 anos. É graduando em Letras - Bacharelado em Edição, pela UFMG. Trabalha há três anos como redator e possui experiência com SEO, revisão e edição de texto. Nas horas vagas, escreve, desenha e pratica outras artes.
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